segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Relembrando a Carreira: 44 anos de Cláudia Abreu


Muito antes de saber o que queria na vida, Cláudia Abreu tomou o caminho dos palcos, levada por um tio: “Ele era ator das peças infantis do Tablado. Aos 10 anos, comecei a fazer aulas de teatro, juntamente com o curso de inglês, aulas de vôlei. Acabei me apaixonando pela atmosfera do Tablado. Foi o local onde encontrei a minha turma, as pessoas com quem mais me identifiquei”, conta.

Que Rei sou Eu
Depois de participar de um grupo de teatro infantojuvenil, começou a ensaiar a peça O Despertar da Primavera, na escola de teatro, em 1986. A partir daí, tudo aconteceu muito rápido: mesmo antes da estreia, foi convidada para fazer um teste na Globo; e mesmo antes do seu primeiro trabalho na emissora (A Principal Causa do Divórcio, um episódio da série Teletema) ser exibido, foi escalada para a primeira novela, Hipertensão, de Ivani Ribeiro. A atriz ainda não havia completado 16 anos.

Anos Rebeldes
Cláudia Abreu Varella – Cláudia Abreu Fonseca, depois do casamento com o cineasta José Henrique Fonseca – nasceu em 12 de outubro de 1970, filha de uma advogada e de um funcionário aposentado do Instituto Brasileiro do Café. Em Hipertensão, interpretou Luzia, personagem que morria por volta do capítulo 100. Logo a seguir, fez O Outro (1987), de Aguinaldo Silva. “Eu fazia, ao mesmo tempo, oflashback da minha morte na primeira novela e gravava a próxima”, relembra. Em 1988, foi apresentadora do musical Globo de Ouro e interpretou a Ana Paula Flores de Fera Radical, de Walther Negrão. No ano seguinte, ganhou seu primeiro grande papel: a princesa Juliete da novela Que Rei Sou Eu? (1989), de Cassiano Gabus Mendes. “Ela era uma princesa muito doida, e romântica também. Sem contar a cena impagável com Dercy Gonçalves, que entrou na novela para fazer uma participação especial como minha avó. Foi um encontro engraçado”, conta.

Barriga de Aluguel
Sua primeira protagonista foi a Clara de Barriga de Aluguel (1990), de Gloria Perez, uma jovem que emprestava seu útero para gerar o filho de outra mulher, a jogadora de vôlei Ana (Cássia Kiss), levantando a discussão sobre quem deveria ficar com a criança, a mãe biológica ou a de aluguel. “Foi muito difícil fazer porque eu não tinha a vivência da personagem. Tinha apenas 20 anos, não era mãe ainda, e devia passar as emoções de uma mulher que estava gestando uma criança que, biologicamente, não era dela, mas que crescia junto com ela”, diz.

Pátria Minha
A atriz declinou do convite para ser protagonista de outra novela para interpretar a militante Heloísa em Anos Rebeldes (1992), papel que lhe daria o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). A minissérie de Gilberto Braga foi a primeira obra de ficção da TV a abordar o período mais duro da ditadura militar. “Foi um trabalho marcante e uma grande coincidência com o momento político do Brasil, em função do impeachment do presidente Fernando Collor. As pessoas identificavam o tema que a minissérie abordava com o momento político no Brasil. Cheguei a ser considerada musa dos caras-pintadas. Ligavam da União Nacional dos Estudantes para a minha casa e me convidavam para ir a palanques e passeatas”, conta.

Força de um Desejo
Do mesmo autor, fez também a novela Pátria Minha (1994), como Alice; uma pequena participação na minissérie Labirinto (1998); Força de um Desejo (1999), novela de época na qual interpretou uma escrava branca; e Celebridade (2003), em que viveu a primeira vilã de sua carreira, a inescrupulosa Laura. Apelidada de “cachorra” pelo parceiro Marcos (Márcio Garcia), chamado por ela de “michê”, a personagem foi escolhida pelo autor para ser a assassina de Lineu Vasconcelos (Hugo Carvana), segredo guardado a sete chaves até o fim da novela. “Fazer vilã é ótimo, você pode tudo: você é amoral, não está presa a nenhum código de ética, a nada. E tanto Gilberto Braga quanto Dennis Carvalho, que dirigiu a novela, me davam carta branca para colocar cacos. Então, eu falava absurdos, e eles deixavam”, lembra.

Celebridade
Em seguida, foi a honesta Vitória, de Belíssima (2005), de Silvio de Abreu, uma ex-menina de rua que é perseguida pela vilã Bia Falcão (Fernanda Montenegro). “Eu me lembro de uma das cenas finais, com a Fernanda, em que eu revelava que era filha dela, e ela respondia: 'Você é uma praga. Eu não te quis quando nasceu e não te quero agora'. Tive cenas muito difíceis de fazer. Cenas de antagonismo, de raiva, de rancor.” A personagem também fez muito sucesso por causa de seu figurino: longos e decotados vestidos no verão e bolerinhos de tricô e crochê. E em 2008, foi Dora Jequitibá, uma das protagonistas da novela Três Irmãs, de Antonio Calmon. Em 2012, estreou no papel de Chayene em Cheias de Charme (2012), de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira. A atriz também participou de episódios de A Comédia da Vida Privada, em 1995 e 1996, e integrou o elenco fixo da série A Vida Como Ela é... (1996), baseada na obra de Nelson Rodrigues, exibida no Fantástico.

Belíssima
Paralelamente à carreira na TV, continuou fazendo teatro, atuando em peças como Orlando (1989) e Viagem ao Centro da Terra (1994), com direção de Bia Lessa; Um Certo Hamlet (1991), de Antonio Abujamra; Noite de Reis (1997), comédia de Shakespeare em que dividiu o palco com o ator Pedro Cardoso; e As Três Irmãs (1999), em que foi dirigida por Enrique Diaz. Em 2003, produziu e estrelouPluft, o Fantasminha no Teatro Tablado, em homenagem a Maria Clara Machado e a casa onde iniciou sua carreira. No cinema, fez Tieta do Agreste (1996), de Cacá Diegues; Guerra de Canudos (1997), de Sérgio Rezende; O Homem do Ano (2003), em que foi dirigida pelo marido José Henrique Fonseca; O Caminho das Nuvens (2003), de Vicente Amorim; e Os Desafinados (2008), de Walter Lima Jr., entre outros.

Geração Brasil

Cheias de Charme

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