quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Atriz e cantora Odete Lara morre aos 85 anos


Morreu na manhã desta quarta-feira (4), aos 85 anos, a atriz e cantora Odete Lara, um dos nomes mais representativos do Cinema Novo. A atriz sofreu um infarto por volta das 7h15 em uma clínica onde estava internada, no Rio de Janeiro.

Conhecida por filmes como "Bonitinha, mas Ordinária" (1963), de J.P. Carvalho, "Rainha Diaba" (1974), de Antônio Carlos Fontoura, e "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (1969), de Glauber Rocha, Odete Lara estava afastada do cinema e da TV desde 1994, quando participou da novela "Pátria Minha", da TV Globo.

Nascida em São Paulo, e de origem italiana, Odete Lara passou a infância em um orfanato de freiras, após a morte dos pais. Seu primeiro emprego foi como secretária e datilógrafa, mas a beleza estonteante a levou a fazer um curso de modelo, vindo a participar do primeiro desfile da história da moda brasileira.
O trabalhou abriu portas na TV Tupi, de Assis Chateubriand, onde começou como garota-propaganda. Em seguida, participou da versão televisiva do folhetim "Luz de Gás", com Tônia Carrero e Paulo Autran.

Embora tenha atuado em muitas telenovelas na época, como "A Volta de Beto Rockfeller" e "Em Busca da Felicidade", Odete dedicou grande parte de sua vida ao teatro e ao cinema. Nos palcos, atuou em peças como "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, e "Se Correr o Bicho Pega, se Ficar o Bicho Come", de Ferreira Gullar e Vianinha.

Seu primeiro filme foi "O Gato de Madame", com Mazzaropi. Seguiu a carreira no cinema se arriscando em diversos gêneros e atuações: entre as chanchadas "Absolutamente Certo" (1957) e "Dona Xepa" (1959), o argentino "Sábado a la Noche" (1960), o drama de Nelson Rodrigues "Bonitinha, mas Ordinária" (1963), o Cinema Novo de "Copacabana me Engana" (1968), o experimental "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (1969), de Gláuber Rocha, o musical "Quando o Carnaval Chegar" (1972), de Cacá Diegues, a comédia "Vai Trabalhar, Vagabundo!" (1973), de Hugo Carvana, e o erótico "O Princípio do Prazer" (1979) – seu último trabalho antes de abandonar a carreira.

Considerada a Brigitte Bardot brasileira, Odete também se aventurou na música. Ela cantou ao lado de Vinicius de Moraes e Baden Powell no álbum "Vinicius e Odete", de 1963, e em canções como "Só por Amor", "Seja feliz", "Samba em Prelúdio", "Labareda", "É Hoje Só", "Deve ser Amor" e "Além do amor".


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