O
escritor, poeta e teatrólogo Ferreira Gullar morreu na manhã deste domingo (4),
no Rio de Janeiro, aos 86 anos. Gullar estava internado no Hospital Copa D’Or,
na Zona Sul do Rio. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Um
dos mais importantes literatos da história da literatura brasileira, Ferreira
Gullar passeou por vários campos da expressão poética, literária e crítica,
quase sempre com um forte tom político. Avesso a rotulações binárias,
usualmente se colocava no sentido contrário ao do poder em questão.
Seu
primeiro livro, depois renegeado pelo autor, foi Um Pouco Acima do Chão, em uma
edição de autor em 1949. Cinco anos depois, veio A Luta Corporal, este já com
os primeiros esboços da poesia esteticamente ambiciosa em que ele trabalharia
incansavelmente até Em Alguma Parte Alguma e Bananas Podres, dois de seus
livros mais recentes.
Em
1976, ele lançou seu trabalho mais célebre, o Poema Sujo – cem páginas de
poesia na sua mais alta expressividade política. Símbolo de resistência à
ditadura, o poema chegou aos brasileiros primeiro por uma fita que pertencia a
Vinicius de Moraes, trazida de Buenos Aires, onde Gullar estava exilado.
Colecionador
de prêmios, Gullar venceu o Machado de Assis da Biblioteca Nacional em 2005, e
o Camões, o mais importante da língua portuguesa no mundo, em 2010. Era membro
da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2014 – depois de anos dizendo que
não aceitaria esta honraria.
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