quinta-feira, 28 de abril de 2016

Áustria leva adiante plano de cerca antimigrantes na fronteira italiana


Após uma série de ameaças mútuas, a Áustria apresentou nesta quarta-feira planos para erguer uma cerca num ponto de cruzamento de fronteira com a Itália, uma ligação vital entre o Norte e o Sul da Europa. O caso intensifica o impasse entre os dois países sobre como lidar com a crise imigratória.

Imigrantes estão cruzando o Mediterrâneo da África para a Itália em quantidades crescentes, e a Áustria diz que Roma deve impedi-los de seguir viagem rumo ao norte da Europa, ou o país terá que iniciar controles de fronteira na passagem de Brenner, nos Alpes.

No entanto, com os preparativos austríacos para implementar controles já em andamento, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que a medida da Áustria era “descaradamente contra as regras europeias, além de ser contra a história, contra a lógica e contra o futuro”.

A polícia austríaca na província alpina de Tirol, que faz fronteira com o Norte da Itália, apresentou planos para instalações em Brenner com o objetivo de checar veículos e processar imigrantes, para o caso de controles formais serem iniciados.

As obras em algumas das instalações de Brenner começaram há duas semanas, mas a dimensão delas não era sabida.

"Uma cerca de segurança de 370 metros é planejada”, disse um porta-voz da polícia de Tirol, acrescentando que a cerca era parte de um sistema cujo objetivo era canalizar os imigrantes no vale em que fica a passagem de Brenner.

O Parlamento austríaco adotou nesta quarta-feira um controverso projeto de lei que restringe drasticamente o direito de asilo, em um cenário dominado pelo grande avanço eleitoral da extrema-direita nas presidenciais desse país que acolheu 90.000 refugiados em 2015.
A nova lei, adotada por 98 votos contra 67, é uma das mais rígidas da Europa, e em particular limita a três anos a duração da estada depois de uma demanda inicial aprovada e prevê um estado de emergência migratória dentro do qual os migrantes ficarão bloqueados nas fronteiras sem poder, inclusive, apresentar um pedido de asilo.

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