terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ebola deixou pelo menos 3.700 crianças órfãs na África Ocidental


Pelo menos 3.700 crianças de Guiné, Libéria e Serra Leoa perderam um ou ambos os pais vítimas do vírus do Ebola, segundo estimativas da Unicef divulgadas nesta terça-feira. O organismo disse ainda que o número de órfãos pode duplicar até meados de outubro.

'Sabemos que os números que temos são apenas a ponta do iceberg', afirmou Manuel Fontaine, diretor regional do Unicef para a África Ocidental.


Um dos principais problemas que os menores enfrentam é o fato de que, frequentemente, seus parentes os rejeitam por medo de que possam ser contaminados pela doença, explicou a Unicef.

Diante desta situação, a Unicef tenta criar unidades infantis para acolher os menores órfãos, e uma das possibilidades seria que os sobreviventes ao vírus pudessem assumir as crianças. Serra Leoa organizou um encontro de sobreviventes para meados de outubro no qual se analisará sua situação, mas principalmente seu papel na luta contra a epidemia. Os sobreviventes sofrem estigma e frequentemente não são bem-vindos em suas comunidades.

Entrevista: MC Gui


MC Gui está cada vez mais parecido com Justin Bieber. Cabelo loiro, roupas largas, marra de rapper americano, músicas estouradas e sucesso com as meninas. O paulista, de 16 anos, aliás, não esconde que o astro canadense é uma de suas referências, mas evita se comparar ao namorado de Selena Gomez. 'Não me incomodo [com as comparações]. Não vejo tanto essa semelhança física, por exemplo. Temos o mesmo estilo de roupa, talvez', disse em entrevista exclusiva ao Famosidades.

O bonitão aproveitou para desmentir os boatos de que teria agendado um encontro com o ídolo, assim como negou um suposto romance com a irmã de Neymar. 'Ela é minha grande amiga. Estou solteiro', garantiu, com um sorriso que tornou sua declaração pouco convincente. Apesar do pouco tempo de carreira, Gui já tem planos de levar sua música para fora do País. Uma turnê internacional já está sendo planejada para o menino. 'Ainda não sei por onde vou passar. Só sei que vou cantar em português porque não falo outra língua', adiantou.

Veja a entrevista completa:

FAMOSIDADES - Apesar do tremendo sucesso, você só agora está lançando o primeiro CD e DVD de sua carreira. Por que demorou tanto?
Sinceramente, acho que não demorou, não. Tenho só 16 anos e já estou lançando meu primeiro álbum em uma grande gravadora. Tem gente que batalha por isso a vida inteira. Não posso reclamar. Foi tudo muito rápido na minha vida. 

Como surgiu a ideia de fazer um registro ao vivo na estreia ao invés de gravar um álbum de estúdio?
Foi ideia do pessoal da gravadora. Eles perguntaram se eu dava conta. Eu disse que não sabia. Falei que a gente deveria ensaiar primeiro para ver se dava certo. Passei três meses vivendo esse projeto e saiu. Sinceramente, acho que não foi tão bom. Poderia ter feito muito melhor, mas o pessoal achou ótimo.

Você vai sair em turnê com esse projeto. Qual sua expectativa?
Eu estou muito feliz, ansioso e pronto para dar o meu melhor.

Como foi feita a seleção do repertório?
Sentei com o pessoal da gravadora, eles perguntaram o que eu gostaria de gravar e fomos montando em conjunto.

No CD ao vivo, você canta com vários artistas. Como foi dividir o palco com o Buchecha, em “Quero te Encontrar”, ainda mais em uma música que estourou quando você nem era nascido?
Foi incrível. Escolhi gravar essa música porque eu gosto muito dela e surgiu a oportunidade de fazer o dueto com o Buchecha. Nós já nos conhecíamos e ele aceitou me dar essa força. 

Você tem apenas 16 anos. Tem alguém que toma todas as decisões da sua carreira por você?
Tudo é decidido em comum acordo com a minha família. São meus pais quem decidem as coisas comigo.

Como se prepara para a transição de voz que vai acontecer com você? 
Faço um trabalho com uma fonoaudióloga e estamos cuidando dessas coisas.

Você começou no funk aos 10 anos. Como você se descobriu funkeiro?
Foi brincando em casa. Tinha facilidade para fazer rimas, meu pai percebeu e perguntou se eu gostaria de fazer isso em cima do palco. A partir daí, ele passou a pedir nos lugares um espaço para eu mostrar meu talento e uma hora a coisa aconteceu.

Em que momento você resolveu apostar no funk ostentação?
A gente viu que estava na moda e aí resolvemos apostar nesse estilo. Depois resolvemos gravar um vídeo para postar no Youtube e, em menos de uma semana, deu um milhão de visualizações.

O funk ostentação faz o seu estilo de vida?
Acho que todo mundo gosta de coisa boa. Eu canto aquilo que eu vivo e acredito. Batalhei muito para poder ter certas coisas. 

Quais são suas principais inspirações na música?
Não tenho ninguém em quem eu me espelhe. Gosto muito das músicas e do estilo do Chorão do Charlie Brown. 

Sua vida mudou muito nos últimos anos...
Mudou radicalmente. É tanta coisa que eu não teria nem como enumerar. Não consigo fazer coisas normais, como ir ao shopping, por exemplo.

Como você faz para ir à escola? É normal?
No começo, foi complicado, era um tumulto. Mas as pessoas acabaram se acostumando. Eu vou às aulas, mas conto com a ajuda de um professor particular para me ajudar porque às vezes eu preciso faltar.

A adolescência é uma fase complicada para qualquer pessoa. Como é ser adolescente famoso, ter seus passos vigiados o tempo todo? Como você lida com essa pressão de ter que servir de exemplo para o público infantil, por exemplo?
Antes de tudo, queria dizer que sou um adolescente normal. A diferença é que sou famoso e não posso ir à balada ou ficar na rua jogando bola. Mas, dentro das minhas limitações, eu consigo levar uma vida como qualquer adolescente. 
Se acostumou com o assédio?

Me acostumei. No começo, é um pouco mais complicado. Até a gente se adaptar demora, mas hoje eu lido muito bem com isso.
Rola ficar com fã?
Não [Risos]!

Dizem por aí que você está namorando a Rafaella Santos, a irmã do Neymar. É verdade?
[Risos] Não, não é verdade. Não estamos namorando. Ela é minha grande amiga. Estou solteiro [Risos].

Como surgiu essa aproximação entre vocês?
Eu conheci o irmão dela primeiro. O Neymar me convidou para ir na casa dele para um churrasco de despedida dele para o Barcelona. Lá nós nos conhecemos e ficamos amigos. Aí eu postei uma foto com ela e com a Bruna Marquezine e logo surgiram essas fofocas.

Outro boato que circula por aí diz que você cancelou um encontro com ela na Espanha para encontrar o Justin Bieber.
Esse tipo de coisa só pode ser considerada verdade se for dita por mim. Eu não disse em lugar nenhum que ela era minha namorada ou que iria encontrar o Bieber. Geralmente, fico sabendo dessas coisas através dos meus fãs. Tudo isso é mentira.  

Então, essa história de que você iria gravar um programa ao lado do Bieber é boato?
Sim, é mentira. Eu gostaria de conhecê-lo, mas é tudo boato.

Você é muito parecido com ele, principalmente agora que ficou loiro. Se incomoda quando te apontam como o Bieber brasileiro?
Não me incomodo. Não vejo tanto essa semelhança física, por exemplo. Temos o mesmo estilo de roupa, talvez. 

Você nasceu no YouTube. O que costuma ver por lá? O que curte?
Vejo muitos vídeos de música. Entro lá todo dia. Nessa correria, quase não dar para ver TV. Então, quase tudo que vejo é pelo YouTube. Fico monitorando minha página também. Olhando os números de acessos.

A Anitta e o Naldo começaram no funk, mas passaram a flertar muito forte com o pop, deixando o estilo em segundo plano. Você cogita trocar de estilo daqui a um tempo?
Na verdade, eu venho mudando já. Meu som de hoje é bem diferente de quando eu comecei. Acredito que seja normal essas transformações. Continuo fazendo funk, mas querendo sempre renovar. Não dá para fazer a mesma coisa sempre.

Se incomoda com o rótulo de funkeiro?
Nem um pouco. Tanto que não pretendo mudar meu nome artístico. Sou MC Gui e posso cantar o que eu quiser com esse nome. 

Em breve, você vai fazer show fora do País. É o começo de uma carreira internacional?

Estão sendo agendados shows fora do País. Não sei se é uma turnê e ainda não sei por onde vou passar. Só sei que vou cantar em português, porque não falo outra língua.  

Fonte: Famosidades
Leia: http://migre.me/m0HHS

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Espanha contesta convocação de referendo na Catalunha


O governo da Espanha entrou com um recurso no Tribunal Constitucional, o principal do país, para tentar impedir que a região da Catalunha, no nordeste do país, realize um referendo sobre sua independência, informou o primeiro-ministro Mariano Rajoy.

Segundo ele, o referendo marcado para o dia 9 de novembro, convocado pelo líder catalão Artur Mas, representa “um grave ataque aos direitos de todos os espanhóis”, que sob a Constituição espanhola de 1979 são os únicos que podem votar sobre questões relacionadas à soberania.


Se o Tribunal Constitucional acatar os recursos, tanto a lei quanto o referendo serão automaticamente suspensos enquanto a corte delibera a respeito, processo que deve levar meses ou até anos.

Ao menos 36 podem ter morrido em erupção de vulcão no Japão


Pelo menos 36 pessoas podem ter morrido em consequência da inesperada erupção de um vulcão japonês que lançou cinzas e pedras sobre pessoas que faziam caminhadas no fim semana, mas a busca de vítimas foi abandonada nesta segunda-feira por causa da preocupação das autoridades com os níveis crescentes de gases de tóxicos.

As equipes de resgate no pico do Monte Ontake, agora uma paisagem sombria sob uma espessa camada de cinzas, encontraram nesta segunda-feira cinco pessoas mortas que teriam sido vítimas da erupção de sábado no segundo maior vulcão ativo do Japão.


A erupção do pico de 3.067 metros, 200 quilômetros a oeste de Tóquio, ocorreu quando o local, uma área popular para caminhadas, estava repleta de pessoas que subiam a montanha, incluindo crianças, para admirar a folhagem do outono sob um céu azul brilhante. Dez pessoas já foram confirmadas mortas na primeira erupção vulcânica fatal do Japão desde 1991, e 63 ficaram feridas, algumas com ossos quebrados.

Especial Novelas: Gabriela (1975)


Sônia Braga e Armando Bógus
Adaptação livre de Walter George Durst do romance Gabriela, Cravo e Canela (1958), de Jorge Amado, a história se passa em 1925, quando uma seca devastadora obriga as populações famintas do Nordeste a emigrar em busca da sobrevivência. Na novela, o destino é Ilhéus, no sul da Bahia, região em expansão graças ao plantio e comércio do cacau. Gabriela (Sônia Braga) é uma das vítimas da seca. Moça de natureza livre e impulsiva, ela consegue trabalho como cozinheira na casa do "turco" Nacib (Armando Bógus), com quem vive uma sensual história de amor. Jovem bonita e cheia de vida, dona de uma sensualidade espontânea, Gabriela logo passa a ser o principal objeto de desejo dos homens da cidade, além de alvo da inveja das mulheres. Simples e ingênua, ela encontra dificuldades para assimilar as regras de comportamento da sociedade de Ilhéus. Nacib, por sua vez, nasceu na Síria e foi criado no Brasil. 

Eloísa Mafalda (Maria Machadão)
Homem de alma leve, que tem riso e conversa fáceis, é o dono do Bar Vesúvio, por onde transitam várias figuras pitorescas do local, como o professor Josué (Marco Nanini), Alfredo Bastos (Hemilcio Fróes), Berto Leal (Mário Gomes), Juca Viana (Pedro Paulo Rangel), Ezequiel Prado (Jayme Barcellos), Doutor (Ary Fontoura), João Fulgêncio (Luís Orione), Tonico Bastos (Fúlvio Stefanini) e Tuísca (Cosme dos Santos). Por conta do jeito simpático e bonachão, o "turco" sabe tudo o que se passa na cidade, embora seja conhecido por ser discreto, confiável e não emitir opiniões comprometedoras. Ama as mulheres e, até conhecer Gabriela, frequenta, como quase todos os homens de Ilhéus, o Bataclan, cabaré animado pelas “raparigas” de Maria Machadão (Eloísa Mafalda), entre as quais está a sua favorita: a bela e atrevida Zarolha (Dina Sfat).
 
Dina Sfat (Zarolha)
A chegada de Gabriela muda a vida de Nacib. Antes dela, ele contava apenas com a ajuda de Chico Moleza (Tonico Pereira), seu assistente no bar, e Arminda (Thelma Reston), que realizava algumas tarefas domésticas. Depois que Gabriela se torna sua cozinheira, ele se apaixona pela moça e começa a ter um caso com ela. Mas a natureza sem pudores da moça o deixa enciumado e furioso. Ela se diverte com as crianças que brincam na rua como se fosse uma delas, e não tem consciência do efeito que causa nos homens, a quem trata, sem distinção, pelo pronome “seu”. Quando fica admirada com um rapaz bonito, diz naturalmente: “Que beleza de moço!”.

Paulo Gracindo e Castro Gonzaga
A solução encontrada por Nacib é casar-se com Gabriela. Ele tem esperanças de que, deixando de ser sua empregada, ela passe a se comportar de forma mais comportada. A moça, porém, não consegue mudar seu jeito de ser. Mesmo após o casamento, continua a tratar o marido por “Seu Nacib” e a se comportar da mesma forma livre de antes. Perto do fim da trama, Gabriela acaba caindo na lábia de Tonico Bastos, padrinho de casamento de Nacib. O turco flagra os dois na cama e expulsa a mulher de casa. Gabriela encontra abrigo no Bataclan. No final da novela, Nacib a perdoa. Gabriela aborda a transformação nos costumes da sociedade patriarcal da Bahia, cujo maior representante, na trama, é o coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo), fazendeiro que domina a região há anos, reelegendo políticos à custa de eleições fraudadas. Aos 82 anos, ele é um homem seco e autoritário, que sente que os tempos estão mudando e seu controle sobre a cidade precisa ser reafirmado.

Nívea Maria
Quem faz o contraponto à autoridade do coronel é o jovem exportador de cacau Mundinho Falcão (José Wilker), pertencente a uma família rica de São Paulo. Idealista e genuinamente interessado no progresso da cidade, ele se alia à oposição com vistas à renovação política da região. Uma de suas primeiras propostas é a construção de um porto para a cidade, o que o leva a entrar em conflito direto com Ramiro Bastos. A rivalidade é acirrada quando Mundinho se apaixona por Jerusa (Nívea Maria), neta do coronel. A morte do coronel Ramiro Bastos no final da trama deixa uma esperança de mudança política em Ilhéus. Mundinho Falcão torna-se o nome mais forte do panorama político local, e é a imagem da renovação. Entretanto, na última cena da novela, ele aparece todo vestido de branco, sendo saudado pelas baianas que beijam sua mão em praça pública, um gesto típico de reverência aos coronéis da região.

Tramas Paralelas:

José Wilker e Elizabeth Savalla
Malvina e a mulher brasileira
Outro conflito que marcou Gabriela foi a luta das mulheres para se libertarem do jugo patriarcal, representada por meio da recusa da personagem Malvina (Elizabeth Savalla) a aceitar um casamento arranjado pelos pais. Em nome do amor que sente pelo professor Josué (Marco Nanini), um poeta romântico, mais velho e sem dinheiro, Malvina enfrenta o pai, o coronel Melk Tavares (Gilberto Martinho), e assume atitudes ousadas para as mulheres da época. A personagem vive ainda um romance com um homem desquitado, o galante Rômulo Vieira (Marcos Paulo), e chega a abandonar tudo para fugir com ele, que, apesar do prometido, não vai ao seu encontro.

Fúlvio Stefanini e Natália do Valle
Produção:
Produzida para comemorar os dez anos da Rede Globo, Gabriela recebeu tratamento digno de uma superprodução. Os 20 primeiros capítulos de Gabriela foram gravados com uma câmera fixa. Isso só mudou com a entrada na trama de Mundinho Falcão (José Wilker), personagem que simbolizava a modernidade e a mudança, em contraponto aos padrões arcaicos do coronelismo. Já na primeira cena com Mundinho, as câmeras ganham mobilidade e acompanham a trajetória do barco que traz o personagem a Ilhéus.

Censura:
Em um dos capítulos de Gabriela, o estudante Juca Viana (Pedro Paulo Rangel) e a jovem Chiquinha (Cidinha Milan), amante do coronel Coriolano (Rafael de Carvalho), são flagrados na cama. Debaixo de chuva, os dois são atirados à rua completamente nus, escorraçados pelos jagunços do coronel e humilhados pela população. A cena foi considerada muito forte para os padrões da Censura Federal. O diretor Walter Avancini optou por gravar as tomadas à distância, seguindo a orientação do script de Walter George Durst, que descrevia o casal como estando “de fato, aparentemente nu, mas não podendo se ver nada por causa do plano”.  

Curiosidades:

Armando Bógus e Marco Nanini
A primeira mulher a viver Gabriela na TV foi a atriz Jeanette Vollu, em  Gabriela Cravo e Canela, seriado dirigido por Maurício Sherman e exibido na TV Tupi, em 1961. Em entrevista a O Globo, em 1975, Sherman conta que a atriz foi escolhida por uma comissão da qual faziam parte o próprio Jorge Amado e sua mulher, Zélia Gattai.  O seriado teve 40 capítulos, de 20 minutos,  exibidos sem intervalo comercial, às terças e quintas-feiras.  O elenco contava ainda com o próprio Maurício Sherman,  Paulo Autran, Glauce Rocha, Grande Otelo, Sueli Franco, Oswaldo Loureiro, Jece Valadão, Milton Moraes e  Oduvaldo Vianna Filho, entre outros.

Segundo Daniel Filho, Gabriela foi idealizada para dar tempo de produzir a novela O Rebu, de Braúlio Pedroso. Mas esta foi exibida antes, e Gabriela foi levada ao ar para comemorar os dez anos da TV Globo. A trama, segundo o diretor, foi pensada levando-se em conta uma estrutura narrativa calcada em diferentes episódios.

Daniel Filho conta que, durante a procura pela mulher ideal para viver Gabriela, tentou uma escolha inusitada: fez um convite a Gal Costa. A cantora baiana, entretanto, declinou, alegando não saber representar. Em seguida, inúmeros testes foram feitos para a personagem; mas o diretor decidiu que o papel teria de ser de Sônia Braga desde que viu seu desempenho em Caminhos do Coração – Caso Especial escrito e dirigido por Domingos Oliveira em 1971 –, e insistiu com Boni para que ela fosse escolhida. A atriz acabou consagrada no papel, que voltaria a representar em 1983, no filme Gabriela, de Bruno Barreto, atuando ao lado do italiano Marcello Mastroianni, intérprete de Nacib.

Elizabeth Savalla
Elizabeth Savalla ganhou o papel de Malvina depois de um teste ao lado de Marcelo Picchi, seu marido na época. Diante de Walter Avancini e Ziembinski, os dois representaram uma cena da novela Escalada(1975). Avancini os fez repetir várias vezes a cena, implicando com a pronúncia da atriz em uma fala na qual tinha que dizer “Veuve Cliquot”, nome do champanhe francês. Na quarta repetição, depois de ter se esforçado ao máximo para pronunciar corretamente a palavra, a atriz perdeu a paciência e confrontou o diretor, dizendo estar mais preocupada em representar direito do que em ter uma aula de francês. Depois do teste, foi informada de que ganhara o papel. A personagem era rebelde e contra as convenções, e o diretor a provocara de propósito.

Os atores tiveram dificuldades para gravar a cena do velório de dona Sinhazinha, personagem de Maria Fernanda. Participavam da gravação os atores Armando Bógus, Ary Fontoura e Elizabeth Savala. A atriz conta que estava dizendo suas falas quando foi interrompida por um ruído estranho. É que Maria Fernanda dormira e estava roncando. Os três começaram a rir, mas foram repreendidos pelo diretor Walter Avancini. Não adiantou. Todas as tentativas de reiniciar a cena terminavam em risos. O jeito foi parar para o almoço, acordar Maria Fernanda e continuar a cena depois.

Para ajudar a trabalhar o sotaque baiano de Malvina, Elizabeth Savala contou com a ajuda de Lúcia Andrade Rocha, mãe do cineasta Glauber Rocha.

Sônia Braga
Marco Nanini, natural de Recife, sugeriu ao diretor Walter Avancini que seu personagem fosse um pernambucano que foi morar na Bahia. A sugestão foi aceita e a questão da prosódia e da melodia da fala foi resolvida.

Nívea Maria não foi a primeira opção da direção para interpretar a personagem Jerusa, neta do coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo). A atriz conta que, ao ser chamada para fazer o papel, o diretor Walter Avancini pediu que ela pintasse os cabelos de louro. Ela rejeitou a ordem mas, ainda assim, ganhou a personagem, par romântico do idealista Mundinho Falcão (José Wilker).

Gabriela foi um dos maiores sucessos da Rede Globo. Além dos altos índices de audiência, a novela foi escolhida pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como a melhor produção de 1975. Por conta da ótima repercussão da trama, os atores participaram de eventos em Ilhéus, sendo recepcionados por multidões de fãs.

A novela consagrou Sônia Braga como símbolo sexual.

As atrizes Elizabeth Savala e Natália do Vale estrearam em Gabriela.

Hugo Carvana fez uma participação especial na trama, interpretando um poeta louco.

Stênio Garcia participou de dois capítulos da novela, vivendo Felismino, um personagem que era traído pela mulher.

José Wilker como Mundinho Façcão
José Wilker credita parte do sucesso de Gabriela ao acerto na escalação do elenco, além da solidez dos personagens. O ator conta que a cumplicidade entre atores e personagens era tanta que ele até reescrevia algumas cenas suas, com a anuência do diretor Walter Avancini.

Gabriela foi a primeira telenovela a ser vendida para Portugal e abriu as portas de outros continentes para a compra de novelas brasileiras. Em maio de 1977, quando a novela estreou no país, a Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) promoveu um show com Vinicius de Moraes, Toquinho e Maria Creuza. Elizabeth Savala conta que ela e Fúlvio Stefanini viajaram a Portugal para promover a produção, e foram recebidos por uma multidão no aeroporto. Todas as meninas tinham o corte de cabelo de Malvina, enquanto os rapazes portavam pentes iguais ao usado pelo personagem Tonico Bastos. Assim como Savala, Fúlvio Stefanini marcou época com seu papel.

A bengala usada pelo personagem Rômulo Vieira, interpretado por Marcos Paulo, não era um mero acessório da caracterização. Ela foi incorporada ao personagem por conta de uma necessidade do ator, que sofrera um grave acidente de moto em janeiro de 1975.

Gabriela foi reprisada – em forma de um compacto com 70 capítulos – entre janeiro e maio de 1979, e entre outubro de 1988 e fevereiro de 1989.

Em junho de 1982, a novela foi reapresentada em 12 capítulos, exibidos às 22h15. Para isso, foi feita uma reedição dos 135 capítulos originais, sob a direção de Ubiratan Martins. 

Elenco:
Sônia Braga – Gabriela

Armando Bógus – Nacib
Paulo Gracindo – Ramiro Bastos
José Wilker – Mundindo Falcão
Nívea Maria – Gerusa Bastos
Eloisa Mafalda – Maria Machadão
Elizabeth Savalla – Malvina
Fúlvio Stefanini – Tonico Bastos
Ângela Leal – Olga
Dina Sfat - Zarolha
Gilberto Martinho – Melk Tavares
Marco Nanini – Professor Josué
Ary Fontoura – Doutor Pelópidas
Francisco Dantas – Coronel Jesuíno Mendonça
Maria Fernanda – Dona Sinhazinha
Neila Tavares – Anabela
Jayme Barcellos – Doutor Ezequiel
Hermílcio Fróes – Alfredo
Luis Orioni – João Fulgêncio
Ana Ariel – Idalina Tavares
Paulo Gonçalves – Maurício Caíres
Rafael de Carvalho – Coriolano
Mário Gomes – Berto Leal
Castro Gonzaga – Doutor Amâncio Leal
Thelma Reston – Arminda
Natália do Valle - Teodora
Pedro Paulo Rangel - Juca Viana
Cosme dos Santos – Tuísca
Tonico Pereira – Chico Moleza
Milton Gonçalves – Sete Voltas
Marcos Paulo – Rômulo Vieira
Sônia Oiticica – Sílvia Bastos
Ana Maria Magalhães – Glória
João Paulo Adour – Osmundo Pimentel

Trilha Sonora:
Capa: Sônia Braga

Coração Ateu - Maria Bethânia

Guitarra Baiana - Moraes Moreira
Alegre Menina – Djavan
Quero Ver Subir, Quero Ver Descer - Wálter Queiróz
Horas - Quarteto Em Cy
São Jorge dos Ilhéus - Alceu Valença
Modinha Para Gabriela - Gal Costa
Filho da Bahia - Fafá de Belém
Caravana – Geraldo Azevedo
Porto - MPB4
Retirada – Elomar
Doces Olheiras - João Bosco
Adeus - Walker

Abertura

cena de Elizabeth Savalla


Elenco


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Estreias do Cinema

O Protetor
Baseado na série de televisão "The Equalizer" dos anos 1980, o filme apresenta Robert McCall (Denzel Washington), um homem misterioso que costumava trabalhar como oficial da polícia. Motivado pelas injustiças sociais, ele ajuda vítimas e qualquer pessoa em perigo. A protegida da vez é Teri (Chloë Grace Moretz), jovem explorada sexualmente por mafiosos russos.

Sin City: A Dama Fatal 
Após a morte de John Hartigan (Bruce Willis), Nancy Callahan (Jessica Alba) só pensa em vingança. Ela passa suas noites dançando no mesmo bar, mas agora na companhia de uma garrafa de bebida, enquanto toma coragem para enfrentar o poderoso Senador Roark (Powers Boothe). Ao mesmo tempo, Dwight (Josh Brolin) tenta ajudar a enigmática Ava (Eva Green) apenas para se ver traído mais uma vez por esta dama fatal. Praticamente destruído, ele buscará a ajuda de Gail (Rosario Dawson) e sua turma para enfrentar a amada, enquanto que Nancy contará com o apoio do gigante Marv (Mickey Rourke). 


Será Que?
Wallace (Daniel Radcliffe) está sozinho há um ano, após terminar com a namorada depois de vê-la com outro homem. Encerrado o período de luto pelo fim do relacionamento, ele acredita que é hora de seguir em frente. Um dia, em uma festa organizada pelo melhor amigo Allan (Adam Driver), ele conhece Chantry (Zoe Kazan), a prima dele. Não demora muito para que o papo entre eles flua naturalmente e Wallace se ofereça para levá-la até em casa. Mas, ao chegar, ele descobre que Chantry tem um namorado, Ben (Rafe Spall), o que o desanima. Dias depois, Wallace e Chantry se reencontram por acaso e, após uma rápida conversa, decidem ser apenas amigos. A partir de então, eles andam juntos por tudo quanto é canto, apesar de Wallace nutrir um sentimento romântico por ela.

Recordando a Carreira: 74 anos de Cláudio Marzo


Irmãos Coragem (1970)
Quando recebeu a proposta para trabalhar na Globo, ainda nos primeiros meses de 1965, Cláudio Marzo estava muito atarefado. Aos 25 anos, morava em São Paulo, fazia parte do Grupo Oficina e encenava uma versão de Toda Donzela Tem um Pai que é Uma Fera, de Gláucio Gil. Não bastasse, ainda dublava 40 filmes para uma série americana chamada Mr. Novac. O ator, no entanto, não pensou duas vezes. Meses após o golpe militar de 1964, e aos primeiros indícios de censura à atividade artística, tudo que ele queria era se mudar para o Rio de Janeiro e ter um contrato assinado com uma nova emissora de televisão.

Minha Doce Namorada (1971) com Regina Duarte
E foi assim que Cláudio Marzo acabou por escrever o seu nome na história da televisão brasileira, ao fazer parte do primeiro grupo de atores contratados pela Globo, inaugurada em 26 de abril de 1965. “Por coincidência, a Globo tinha comprado esses filmes que eu dublava. Então, já contratado, eu continuava em São Paulo, até terminar as dublagens. Queria ter vindo antes, estava doido para vir para o Rio”, lembra. Foi por conta desse pequeno atraso que o ator acabou escalado não para a primeira, mas para a segunda novela da emissora no horário das 19h, A Moreninha, de Graça Mello, que contou com apenas 35 capítulos.

Plumas e Paetês (1980) com Elizabeth Savalla
Cláudio Marzo chegou à Globo com uma boa experiência no ramo. Paulista, nascido em 26 de setembro de 1940, filho de uma família de operários e descendente de italianos, ele abandonou os estudos aos 17 anos para trabalhar como figurante na TV Paulista, canal 5, pertencente às Organizações Victor Costa. Depois, foi contratado pela TV Tupi, onde atuou numa produção sobre Chopin. “Deixei até o cabelo crescer para viver o músico, ninguém naquela época tinha cabelo comprido”, pontua. Foi a partir do seu trabalho na TV Tupi que acabou no Teatro Oficina. “Sempre tive vontade de ser ator, achava uma coisa fantástica. Os atores me emocionavam. Achava interessante você transmitir emoções e consciência de mundo para as pessoas. Na época, eu acreditava, ingenuamente até, que o teatro pudesse modificar o mundo”, recorda.

Pantanal (1990) na TV Manchete
O ator guarda com carinho as lembranças do tempo em que atuou ao vivo na televisão. “Era muito emocionante, porque era ao vivo, não tinha a tecnologia de hoje. As coisas aconteciam na hora. Tinha certo calor de teatro. Você ensaiava o tempo que fosse necessário, ia lá e entrava em cena, como num palco: acendia a luzinha da câmera, você estava na casa do espectador. Podia errar, mas não podia corrigir. Era uma coisa vibrante”, descreve com saudades.
A produção de novelas, no entanto, era cada vez mais frequente e contava com novos recursos. Cláudio Marzo participou de várias nesse período, até que, em 1969, atuou ao lado de Regina Duarte em Véu de Noiva, de Janete Clair. Oitava novela das oito da emissora, com um total de 204 capítulos, Véu de Noiva foi a primeira telenovela contemporânea da Globo, uma resposta à tendência iniciada por Beto Rockfeller, exibida pela TV Tupi. Foi também a primeira telenovela a ganhar uma trilha sonora original, com músicas escolhidas por Nelson Motta.
O par romântico Cláudio Marzo e Regina Duarte caiu no gosto popular. E voltou a ser escalado em Irmãos Coragem, de Janete Clair, produzida em 1970. Na trama, o ator viveu um dos irmãos Coragem, Duda, um craque dos campos de futebol. Foi mais um sucesso de público. “Eu não queria fazer sucesso em televisão. Eu queria ser ator de teatro, entende? E achava que, na minha cabeça, na época, fazer sucesso em televisão era uma coisa que te queimava. Novela, televisão, isso era uma coisa inferior. Mas eu precisava trabalhar”, confessa.

Fera Ferida (1993)
Carinhoso, de Lauro César Muniz, lançada em 1973, trouxe de volta Cláudio Marzo e Regina Duarte. Mas foi na década de 1980 que ele participou de duas produções que marcariam sua carreira. Em Brilhante, novela de Gilberto Braga exibida em 1981, interpretou o motorista Carlos, que vivia um romance com sua patroa, Chica Newman, interpretada por Fernanda Montenegro. O público torceu pelo casal, a despeito do preconceito que os personagens enfrentaram na trama. Já na minissérie Quem Ama Não Mata, de Euclydes Marinho, que foi ao ar em 1982, o ator contracenou com Marília Pêra, vivendo com ela um casal que entra em discórdia porque não consegue ter filhos, chegando até a violência. “Essa minissérie teve uma importância muito grande, porque era o assunto do momento. Eu estava vivamente interessado naquilo. Usamos cinco, seis câmeras, câmeras altas, câmeras baixas, câmeras aqui, câmeras ali. Foi uma coisa muito interessante”, relembra.

Era Uma Vez (1998)
Cláudio Marzo se afastou da Globo no início de 1988, e só voltou para a emissora em 1993. Antes disso, participou de duas novelas na extinta TV Manchete: Kananga do Japão, de Wilson Aguiar Filho, em 1989, e Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa, no ano seguinte, um grande sucesso de audiência e que ele destaca como um dos mais bonitos trabalhos que já fez na televisão.

De volta à Globo em 1993, atuou em Fera Ferida, de Walther Negrão, no papel do coveiro Orestes Fronteira. Dois anos depois, foi convidado para participar do remake de Irmãos Coragem, dessa vez vivendo o poderoso coronel Pedro Barros, justamente quem perseguia a família Coragem. Em 2007, na Globo, atuou na novela Desejo Proibido, de Walther Negrão, e na minissérie Amazônia – De Galvez a Chico Mendes, de Gloria Perez, no papel de Ramalho Jr, ex-governador do Acre. O último trabalho na Globo foi no seriado Guerra e Paz, em 2009. O ator interpretou o capitão Guerra.


Desejo Proibido (2007)
A carreira de Cláudio Marzo também inclui grandes trabalhos no cinema. Foram nada menos do que 35 longas-metragens, entre os quais O Homem Nu, dirigido por Hugo Carvana, com roteiro de Fernando Sabino, em 1990, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no conceituado Festival de Gramado. “Gosto muito de cinema. Adoro ver cinema. Acho que gosto mais de ver do que de fazer”, pondera.

Fonte: Memória Globo

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