Após
um longo período de espera e expectativa, a Petrobras finalmente
divulgou nesta quarta-feira (22) o balanço auditado do exercício de 2014. A
companhia registrou no ano passado um prejuízo de R$ 21,587 bilhões, contra um
lucro de R$ 23,6 bilhões em 2013. A Petrobras informou no balanço que a baixa
contábil pelo esquema de pagamentos indevidos investigado pela Lava Jato foi de
R$ 6,194 bilhões. Ou seja, essa foi a perda por corrupção, segundo a estatal.
Ao
comentar o balanço, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, fez um pedido
de desculpas em nome dos funcionários da companhia pelo escândalo de corrupção.
“Sim, a gente está com sentimento de vergonha por tudo isso que a gente vivenciou,
por esses malfeitos que ocorreram. Não temos clarividência muito clara se foi
de fora para dentro ou de dentro da fora. Sim, faço pedido de desculpa em nome
dos empregados da Petrobras porque hoje sou um deles”, disse.
Perdas
de R$ 6 bilhões com corrupção
"O valor da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no ativo imobilizado oriundos do esquema de pagamentos indevidos descoberto pelas investigações da Operação Lava Jato (baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente) foi de R$ 6,194 bilhões", afirma o balanço.
"O valor da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no ativo imobilizado oriundos do esquema de pagamentos indevidos descoberto pelas investigações da Operação Lava Jato (baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente) foi de R$ 6,194 bilhões", afirma o balanço.
A
petroleira afirmou, no entanto, que não consegue identificar especificamente os
valores de cada pagamento indevido.
Sobre
a metodologia utilizada, a companhia explicou que listou todas as empresas
citadas nas investigações e os contratos assinados com as contrapartes. Depois,
calculou o valor desses contratos, identificando todos os pagamentos feitos, e
aplicou um percentual fixo de 3% sobre o valor total, para estimar os gastos
adicionais sobre o "montante total dos contratos".
Diretoria
de Costa liderou perdas
Dos R$ 6,2 bilhões perdidos com corrupção, segundo o balanço, a maior parte (55%) ocorreu na área de Abastecimento, que foi comandada por Paulo Roberto Costa, com baixa de R$ 3,326 bilhões. Gás e Energia respondeu por R$ 637 milhões das perdas. As áreas de Distribuição e Internacional tiveram baixas de R$ 23 milhões cada uma, ao passo que o Corporativo da companhia teve perda de R$ 99 milhões.
Outros R$ 150 milhões referem-se a pagamentos indevidos de empresas não citadas na Lava Jato.
'Cálculo
conservador'
Ao calcular as perdas com corrupção, a estatal concluiu, "com base nos depoimentos tornados públicos", que o esquema de pagamentos indevidos funcionou entre 2004 a abril de 2012.
Ao calcular as perdas com corrupção, a estatal concluiu, "com base nos depoimentos tornados públicos", que o esquema de pagamentos indevidos funcionou entre 2004 a abril de 2012.
Segundo
Bendine, no entanto, o cálculo com as perdas pode ser considerado
"conservador" e, caso apareçam fatos novos nas investigações, o valor
poderá ser corrigido. "A gente pode até entender que esse número
provisionado foi conservador. A gente tentou extrapolar o máximo possível para
dar este tipo de conforto e ter um faixa para para trabalhar, na medida que
isso for apurado e julgado", disse.
Maior
prejuízo anual desde 1991
O prejuízo líquido de R$ 21,6 bilhões em 2014 é o maior desde 1991, quando a Petrobras registrou perdas de R$ 1,21 bilhão, segundo dados da Economatica, em valores corrigidos pela inflação.
O prejuízo líquido de R$ 21,6 bilhões em 2014 é o maior desde 1991, quando a Petrobras registrou perdas de R$ 1,21 bilhão, segundo dados da Economatica, em valores corrigidos pela inflação.
'Capacidade
de superação'
"Com a publicação dos resultados de 2014 auditados, a Petrobras transpôs uma importante barreira, após um esforço coletivo, que evidencia nossa capacidade de superação de desafios em um contexto adverso. Este exercício me trouxe ainda mais confiança de que iremos responder às questões estratégicas que nos defrontam", escreveu Bendine no balanço, acrescentando que o o novo plano de negócios priorizará a área de exploração e produção de petróleo e gás. O resultado do 3º trimestre também foi revisado pelos auditores, de um lucro de R$ 3,1 bilhões para um prejuízo de R$ 5,339 bilhões.
"Com a publicação dos resultados de 2014 auditados, a Petrobras transpôs uma importante barreira, após um esforço coletivo, que evidencia nossa capacidade de superação de desafios em um contexto adverso. Este exercício me trouxe ainda mais confiança de que iremos responder às questões estratégicas que nos defrontam", escreveu Bendine no balanço, acrescentando que o o novo plano de negócios priorizará a área de exploração e produção de petróleo e gás. O resultado do 3º trimestre também foi revisado pelos auditores, de um lucro de R$ 3,1 bilhões para um prejuízo de R$ 5,339 bilhões.
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