segunda-feira, 24 de março de 2014

Especial Novelas: Araguaia (2010)


A trama se passa nos arredores do Rio Araguaia – ou “arara da cauda longa”, em Jê –, que nasce no estado de Goiás e faz a divisa natural entre Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará. O drama do protagonista da novela, Solano (Murilo Rosa), tem origem em uma maldição indígena lançada sobre a sua família, em 1845. O antigo feitiço condena à morte, à beira do Rio Araguaia, todos os homens de sua linhagem. A praga foi rogada por conta de um romance entre Antonia (Alice Motta) e o índio Apoena (Diogo Oliveira), que se conheceram durante um ataque indígena à fazenda dela, no auge da Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Ele foge com a moça para protegê-la, os dois se apaixonam, e Antonia engravida. Apoena decide levá-la para conhecer sua tribo, a karuê, e, quando lá chegam, a índia Iaru (Suyane Moreira), furiosa por perder Apoena, seu marido e pai de seus filhos, resolve se vingar. Iaru pede ao xamã para lançar um feitiço sobre Apoena e Antonia: enquanto houver sangue karuê sobre a Terra, a começar por aquele menino que Antonia carrega em seu ventre, todos os filhos homens dela e de suas futuras gerações terão morte prematura no Araguaia. 

Muitos anos se passaram desde que a maldição foi rogada. Mas a praga nunca deixou de acontecer. E foi com medo dessa maldição que Antoninha (Regina Duarte) viu-se obrigada a entregar seu filho Fernando (Edson Celulari), ainda muito pequeno, aos cuidados da amiga Mariquita (Laura Cardoso). Assim, ele ficaria longe do Araguaia e teria chances de escapar da praga. Além do afastamento quase que compulsório do filho, Antoninha sofreu outras perdas, como a do grande amor de sua vida e pai de seu filho, o guerrilheiro Gabriel (Juca de Oliveira). Ele sumiu, sem deixar vestígios, após ser acusado de subversão pelo fazendeiro Max (Lima Duarte). Na verdade, Max fez isso por amar Antoninha e não aceitar ser rejeitado por ela. Por conta dessa repulsa, Max fez tudo para prejudicá-la. Depois de muitas armações, ela perdeu tudo para ele, até a estância e as terras herdadas de seus ancestrais. Fernando se torna um homem bonito, charmoso e um apostador inveterado em corrida de cavalos. Chega a perder suas últimas economias em um páreo e, derrotado e sem dinheiro algum, leva sua jovem esposa Estela (Cléo Pires) para Pirenópolis, onde vivem seu filho Solano e Mariquita. No caminho, consulta-se com a vidente Terê Tenório (Thaís Garayp), que, assustada com o futuro que lhe prevê – sua morte à beira do Araguaia –, pede que ele vá embora, sem lhe cobrar nada.

Ao chegar a Pirenópolis, Fernando reencontra a sua família e logo recebe uma notícia que muda o rumo de sua vida: Antoninha, sua mãe biológica, está muito doente. Quem lhe dá a notícia é um antigo amigo da família, o mascate Mamed (Yunes Chami). Mariquita é quem leva Fernando e Solano até o Araguaia, onde mora Antoninha. A enferma fica muito feliz por receber seus familiares. Fernando, no entanto, não consegue esconder a mágoa por ter sido abandonado quando criança pela mãe. Antoninha tenta se justificar e lhe conta sobre a maldição, pedindo-lhe, desesperadamente, que saia do Araguaia. Fernando não se comove, não acredita na história, e a fazendeira morre em seguida. Todos choram seu falecimento, inclusive Max, que nunca deixou de amá-la. Mesmo depois dos avisos de sua mãe e de ouvir o alerta da vidente, Fernando decide permanecer na região que condenou seus antepassados à morte. Ele acredita que, se ficar, herdará as terras de Antoninha, que poderão lhe render um bom dinheiro.

Só deixará a região depois de vendê-las. Quando descobre que a propriedade da estância passará às mãos de Max como pagamento por dívidas antigas de sua mãe, Fernando resolve ir embora. Mas já é tarde: na véspera de sua partida, morre na cama sem nenhuma causa aparente. Solano chega a acusar Max de ter envenenado seu pai, já que, antes de morrer, Fernando provou uma bebida exótica que lhe foi dada pelo fazendeiro. Max é o grande vilão da novela. Nascido e criado no Rio Grande do Sul, ele se instalou no Araguaia nos anos 1960, atraído pela riqueza do garimpo de cristal, e enriqueceu explorando o garimpo e os garimpeiros. Nos anos 1970, voltou seus interesses para o corte de madeira, montando uma serraria clandestina e ampliando sua fortuna às custas de um desmatamento progressivo. Depois da madeira, comprou muitas terras, começou a criar gado e a investir no comércio local. Max casou-se com Amélia (Júlia Lemmertz), uma ex-modelo muitos anos mais nova que ele, e teve dois filhos, Manuela (Milena Toscano) e Frederico (Raphael Viana). O casamento de Max e Amélia não passa de um acordo: ele entra com o dinheiro, e ela representa o papel de boa esposa. A verdade é que Max nunca esqueceu Antoninha, seu verdadeiro e único amor, nunca correspondido. No decorrer da novela, Amélia se envolve com Vitor Vilar (Thiago Fragoso), ex-noivo de Manuela. Max sempre quis ter o controle de tudo e de todos a sua volta, por isso nunca permitiu que as casas dos seus funcionários ficassem perto uma da outra. Assim, não teriam a chance de se unir contra ele. Mas essa situação muda com a chegada de Solano à região.

Solano (Murilo Rosa) sempre foi bom filho, bom neto e verdadeiramente apaixonado pela natureza e pelos animais, em especial pelos cavalos, que passou a adestrar de forma experiente e quase mágica. Foi criado pela avó postiça, Mariquita, e nunca teve contato com a mãe, Beatriz (Eva Wilma). Quando engravidou do jovem e inexperiente Fernando, com quem teve um caso rápido, Beatriz era dona de um bordel e usava o codinome Pierina. Assim que o bebê nasceu, entregou a criança ao pai, já que em sua vida não havia espaço para uma criança. Beatriz tem vergonha de seu passado e muito medo de ser rejeitada por seu Solano, mas, assim que é contatada por Mariquita, larga tudo e viaja para as margens do Rio Araguaia, para conhecer seu filho. Ao se mudar com a família para o Araguaia, Solano se depara com um povo oprimido pela vilania de Max. Muito honesto e justo, ele mobiliza a população e inicia a construção de Girassol, uma cidade com bases cooperativistas, o que irrita o fazendeiro. Com as suas economias e auxiliado pelo padre Emílio (Otávio Augusto) e por Estela, Solano decide fazer do plantio de girassol a fonte de renda da nova cidade. Para ter um comércio próspero e justo, o domador de cavalos negocia bons preços com os pequenos proprietários de terra e os convida a fazer parte do projeto. Para erguer a pequena cidade, Solano também conta com a ajuda do arquiteto Frederico (Raphael Viana), filho de Max. Fred cede as terras que ganhou do pai para a construção da vila e projeta os estabelecimentos do lugar: uma igreja em forma de oca, casas, o empório de Janaína (Suzana Pires) e uma estalagem. Tudo isso cercado por vastos campos de girassol.

Além da construção da cidade de Girassol, outro motivo de conflito entre Solano e Max é sua paixão pela veterinária Manuela, filha de seu inimigo. Os jovens se conhecem em um encontro desastrado, quando ele a socorre depois de um tombo de cavalo. Na ocasião, Manuela acha Solano muito prepotente e o trata mal, recusando sua carona. Mas, a partir daí, não consegue mais parar de pensar no gaúcho, apesar de ser noiva do empresário Vitor Vilar. O distanciamento de Manuela faz com que Vitor tome uma atitude impulsiva, marcando a data do casamento. Max e Amélia (Júlia Lemmertz), pais de Manuela, ficam animados com a notícia, mas a jovem fica atordoada com a novidade. Mesmo com a data do casório marcada, Manuela continua confusa em relação aos seus sentimentos e, em uma viagem a Brasília, ela e Vitor decidem adiar o casamento. O empresário não desiste da amada, mas ela logo desmancha o noivado de vez e assume sua paixão por Solano. A veterinária e o domador começam um relacionamento intenso, com arroubos de paixão e implicância.

Mas Manuela não é a única a desejar Solano. Quem também mexe com o coração do rapaz é a viúva de seu pai, a jovem e sedutora Estela, que passa a morar com o enteado e Mariquita após a morte do marido. A moça, de origem indígena e passado misterioso, consegue um emprego como professora do orfanato do padre Emílio e também ajuda Solano na construção da cidade de Girassol. O amor que começa a sentir por Solano faz com que a jovem repense sua missão no Araguaia. Estela é descendente da tribo dos Karuê e se aproximou de Fernando e Solano para garantir que a maldição que assola a família dos dois seja cumprida. Para tentar se livrar da paixão, Estela procura seu avô Ruriá (Turíbio Ruiz) e pede permissão para ir embora do Araguaia. No entanto, o índio diz que ela só pode sair da região no dia em que Solano estiver morto. Ao revelar ao avô seu amor pelo domador de cavalos, o índio lhe ensina um ritual para libertá-la do sentimento. Apesar disso, a índia não consegue esquecer Solano.

Solano se surpreende ao descobrir que é um homem marcado para morrer. Tomado por uma enorme curiosidade, o rapaz folheia um livro de receitas, que é, na verdade, um diário de sua família. Lá descobre tudo sobre a maldição que assombra sua família e passa a acreditar nas previsões de Terê. Ele só não tem coragem de deixar o Araguaia por conta do amor que sente por Manuela. Assolado por dúvidas, Solano se intriga com a história de Estela, afinal ela nunca lhe falou sobre seu passado ou seus familiares. Pressionada, Estela mente. Ela diz que se criou sozinha em orfanatos e que nunca teve ninguém. Afirma que todos que já se aproximaram dela a magoaram ou a exploraram e que deu duro para sobreviver – tendo, inclusive, roubado para comer. Solano, temporariamente, conforma-se com a história contada por Estela. Mas a verdade logo aparece.

Solano vai a fundo em sua investigação sobre a índia e a flagra fazendo um ritual karuê em uma cachoeira. Sem saída, Estela lhe confessa que seu verdadeiro nome é Estrela e que é a última descendente da tribo dos karuês. Ela lhe conta ainda que, desde pequena, foi criada com a missão de destruir os homens da família de Solano para vingar seus ancestrais. Só não está conseguindo cumprir seus planos porque se apaixonou por ele. Solano fica revoltado por achar que ela é culpada pela morte de seu pai. Após ser desmascarada, Estela decide ir embora da estância. Ela volta a morar com seu avô Ruriá na mata e passa a usar trajes indígenas, assumindo suas origens para todo o povo de Girassol. Decidida a investigar mais sobre a maldição, Estela entra escondida na estância e rouba o livro de receitas que contém toda a história do feitiço. Ao ouvir uma conversa entre Mariquita e Beatriz, Solano descobre a identidade de sua mãe biológica. Ele se revolta por ter sido enganado, mas, depois que escuta Mariquita explicar os motivos pelos quais a mãe o abandonou ainda tão pequeno, decide perdoá-la. O gaúcho vai até a estalagem e consegue falar com Beatriz, que, envergonhada, pede perdão por ter mantido o segredo. Essa revelação, no entanto, traz um problema a Solano: Max levanta a possibilidade de ser pai biológico do rapaz. Nesse caso, Solano seria irmão de Manuela. Apesar de ouvir de Beatriz que a possibilidade de ele ser filho do fazendeiro é muito remota, o domador decide fazer um exame de DNA para acabar com a dúvida. O vilão aceita participar do exame, mas arquiteta uma maneira de fraudar o resultado, para separar de vez sua filha de seu inimigo. Ele consegue fraudar o exame, e o casal se afasta.


Manuela e Solano se reaproximam ao descobrir que o resultado do teste de DNA era falso. Mas uma surpresa muda a vida do casal: Estela anuncia estar grávida do domador. Solano decide assumir a criança e se entrega ao amor da índia. Mas ainda restava um grande temor: se Estela estiver esperando um menino, a criança será mais uma vítima da maldição. Eles, mais do que nunca, precisam desfazer a praga. A chave para acabar com a maldição é decifrada por Terê Tenório e pelo padre Emílio. É preciso que o cordão umbilical do filho de Estela e Solano seja cortado por Gabriel, que já está de volta à cidade. O avô de Solano representaria um anjo. O domador de cavalos encontra Gabriel preso em uma emboscada de Max e consegue salvá-lo a tempo de o médico cortar o cordão umbilical de seu filho. Max, no entanto, tenta matar Gabriel e Solano e, ao despencar de um desfiladeiro, montado em seu cavalo, morre. Com a morte do vilão, Amélia devolve a estância para a família de Solano. Tendo desfeito a maldição, Solano e Estela criam o filho na estância. Manuela apaixona-se pelo jornalista Rudy (Henri Castelli) e aceita o convite para ser madrinha do filho do domador.

Tramas Paralelas:

Circo:
Terê é dona do circo Gran Tenório e tem uma estalagem. Além disso, possui o dom de prever o futuro. Após enxergar um destino terrível para Fernando (Edson Celulari), ela segue com sua trupe para o Araguaia a fim de avisá-lo do risco que ele corre ao pisar naquela terra. O circo mambembe é composto por um carroção que serve como moradia, bilheteria, palco e escritório. A grande estrela é o filho de Terê, Neca Tenório (Emílio Orciollo Netto), que cresceu na estrada e aprendeu tudo o que sabe sob a lona do circo. Ele é muito versátil: toca, canta, dança, sapateia, faz malabarismo, mágica e anda na corda bamba. Mas ele se destaca mesmo é na arte de seduzir. Sua lábia e sua pose de artista lhe garantem sempre uma bela companhia feminina, disposta a ouvir suas histórias. Renê, conhecido como o palhaço Pimpinela, completa a trupe. Por trás da maquiagem e da alegria do artista do picadeiro, ele é um homem triste e com um passado desconhecido. Terê nunca perguntou de onde ele vinha. Apenas o aceitou no circo com carinho e respeito. Com a mudança de cidade, Renê conhece e se apaixona por Nancy. O circo de Terê Tenório e sua irreverência incomodam muito o fazendeiro Max. O vilão não gosta nada das paródias que a trupe faz com seu nome e dá um jeito de acabar com a diversão do povo. O circo pega fogo e deixa Neca, Terê e Pimpinela sem rumo. Solano, então, hospeda-os na estância e os convida a participar da construção da cidade de Girassol.

Padre Emílio:
Padre Emílio (Otávio Augusto) vive em um sítio, onde abriga, alimenta, alfabetiza e educa um grupo de crianças órfãs ou abandonadas por famílias que não tinham mais como cuidar delas. O padre encara como sua grande missão social a campanha pela adoção. Ele sempre tenta esclarecer os turistas que chegam à região sobre o assunto, incentivando-os a acolher uma de suas crianças. Entre os órfãos de padre Emílio estão Tomé (Frederico Volkmann), Pedro (Cadu Paschoal), Mateus (Luigi Matheus), André (Douglas Moreira), Terezinha (Bruna Marquezine), Madalena (Laura Barreto), Maria (Brenda Diniz) e Verônica (Roberta Piragibe). Ricardo (Eduardo Coutinho), hoje um homem feito, também foi criado pelo padre. Conseguiu fazer faculdade e arrumar um emprego em uma cidade grande, sem nunca se esquecer do religioso que sempre o ajudou. Estela (Cléo Pires) se torna a professora das crianças, demonstrando carinho e paciência com elas. Padre Emílio, que sempre foi amigo e confidente de Antoninha (Regina Duarte), torna-se grande conselheiro de Solano (Murilo Rosa) e o ajuda na construção de Girassol e na luta contra Max. O fazendeiro persegue o padre e denuncia seu orfanato. Max escreve uma carta ao bispo (Jonas Mello) dizendo que o padre transformou a igreja da cidade em uma chacota.

Gravidez x Adoção:
O casal Dora (Paula Pereira) e Geraldo (Ângelo Antônio) se instala na cidade de Girassol. Dora é uma pacata e doce dona de casa. Geraldo é um bravo delegado que chega à região para cuidar da nova localidade. Um drama aflige o casal: eles não conseguem ter filhos. Depois que Dora vai ao sítio do padre Emílio e conhece os órfãos que vivem lá, fica muito animada com a ideia de adotar uma criança. Mas seu marido não concorda com a decisão.

Curiosidades:
A trama aponta para a diluição das fronteiras entre campo e cidade, sendo conceituada pelo diretor Marcos Schechtman como uma novela “rurbana”, fazendo alusão ao termo criado pelo sociólogo Gilberto Freyre. A história também apresenta a mistura do moderno com o tradicional. A fazenda de Max (Lima Duarte) e o cultivo no campo se contrapõem à modernidade que se instalou no Rio Araguaia, ponto de encontro da juventude e espaço para acampamentos, jet skis e esportes náuticos.

As belezas do rio e sua importância para o turismo da região foram exploradas na trama. Em tempos de seca, visitantes e moradores montam acampamentos nas ilhas de areia que se formam no leito do rio, transformando o local em um grande centro de lazer. Além das belezas naturais, a cultura indígena, a imponência dos cavalos e a magia do circo se tornaram assuntos da novela.

Alguns atores participaram de um workshop sobre a cultura, a história e a culinária da região do Araguaia. Os encontros contaram com a participação do autor Walther Negrão, do diretor Marcos Schechtman e do historiador e professor da Unicamp Leandro Karnal, que deu uma palestra sobre a história da região central do Brasil e a do Rio Araguaia. Depois da aula, a equipe pôde conhecer um pouco da gastronomia sertaneja no almoço preparado pela culinarista Dona Thelma. Suco de cagaita (frutinha amarela tradicional do cerrado), mané pelado (bolo à base de mandioca) e broa de pau a pique (também à base de mandioca) foram algumas das especialidades locais servidas durante o evento. Uma apresentação de catira, dança do folclore brasileiro que tem raízes no Mato Grosso e em Goiás, encerrou o primeiro encontro.

O autor Walther Negrão conta que sempre foi fascinado pela paisagem e pela história que circunda a região apresentada pela novela. Em 1962, trabalhando como repórter de turismo, subiu o rio para fazer uma matéria sobre o primeiro hotel flutuante da região. Desde então, ficou fascinado pelo lugar, por aquele rio tão diferente dos outros, instalado no coração do Brasil. Além disso, quase participou da Guerrilha do Araguaia, movimento guerrilheiro instaurado na região amazônica brasileira, ao longo do Rio Araguaia, entre fins da década de 1960 e a primeira metade da década de 1970. Walther Negrão só não participou do movimento porque conheceu sua esposa e se casou, abandonando a luta armada.

O autor participava de todo o processo de construção narrativa da novela. Levantava por volta das cinco da manhã, escrevia até meio-dia, almoçava, dormia duas horas e voltava ao trabalho até as 22h. Duas vezes por semana, fazia uma reunião com os colaboradores que moravam em São Paulo. De 15 em 15 dias, convocava uma reunião geral, envolvendo os colaboradores que moravam no Rio. Nessas reuniões, todos davam sugestões e opiniões. Depois, Negrão fazia as “escaletas”, e cada um escrevia a sua parte. No final do processo, o autor editava as cenas, dando uma unidade linguística e narrativa a cada capítulo. O autor costumava escrever também nos fins de semana, diretamente de sua fazenda, no interior de São Paulo.

Para construir o seu personagem, o ator Murilo Rosa se inspirou no treinador e escritor americano Monty Roberts, que usa o método doma racional para domesticar seus cavalos. Essa técnica busca desenvolver o entendimento e a cooperação entre cavalo e domador, baseando-se sempre na confiança e no respeito mútuo, sem violência. O americano fala sobre a técnica no livro O Homem que Ouve Cavalos.

A atriz Ana Lima visitou vários salões de beleza, dos maiores aos mais simples, para aprender a postura das profissionais, o funcionamento de um pequeno salão e o básico sobre a arte de embelezar as unhas. Tudo para viver a manicure Lenita, do salão de Beatriz (Eva Wilma).

O site da novela estreou no dia 20 de setembro, como parte da campanha de lançamento da novela. A criação do site foi assinada pela Divisão de Comunicação Transmídia da TV Globo, que realizou um extenso trabalho de pesquisa para identificar e localizar moradores e visitantes da região do Araguaia. Durante o mês de agosto, a equipe da Divisão e representantes da produtora Lunática Filmes percorreram Goiânia, Goiás Velho, Luis Alves e São Félix e colheram mais de 30 depoimentos de personagens representativos da região, que abriram suas casas, revelaram suas histórias e falaram sobre as suas relações com o rio. O site apresentava os minidocumentários, o making-of da viagem, fotos dos bastidores, perfis dos entrevistados e informações sobre a região. E, integrando ficção e realidade, trazia ainda entrevistas com os personagens da novela.

A festa de lançamento da novela aconteceu no dia 23 de setembro, em São Paulo. Após a exibição de um clipe da trama, os convidados assistiram ao show da cantora goiana Maria Eugênia, que interpretou as canções: Notícias do Brasil, Caçador de Mim e Companheiro, sendo essa última o tema de abertura da novela. Em seguida, iniciou-se a encenação de uma cavalhada, inspirada em cenas do primeiro capítulo da novela. O ator Murilo Rosa mostrou sua habilidade na montaria em um dos cavalos que participaram da apresentação. A decoração da festa usou referências da região do Araguaia, como mobiliário feito de fibras, cipós, troncos, além de elementos indígenas. O cardápio da festa foi composto por receitas preparadas com ingredientes típicos.

A dupla sertaneja Victor & Léo gravou uma participação especial em Araguaia. Os cantores se apresentaram na inauguração da casa de espetáculos de Girassol, pertencente aos personagens Fred (Raphael Viana) e Janaína (Suzana Pires). A dupla tocou a música Rios de Amor, que fez parte da trilha sonora da novela.

O cantor Daniel também fez uma participação especial na novela, na mesma casa de espetáculos. O cantor interpretou a música Disparada, parte da trilha sonora da novela.

Araguaia foi a primeira novela das 18h da TV Globo a ser exibida em HD (high definition). A trama foi indicada ao Emmy Internacional em 2011, na categoria melhor telenovela, mas perdeu o prêmio paraLaços de Sangue, coprodução da Globo com a emissora portuguesa SIC.

Elenco:
Murilo Rosa – Solano

Milena Toscano – Manuela
Cléo Pires – Estrela Karuê
Lima Duarte – Max
Julia Lemmertz – Maria Amélia
Thiago Fragoso – Vitor Vilar
Mariana Rios – Nancy
Laura Cardoso – Mariquita
Otávio Augusto – Padre Emílio
Eva Wilma – Beatriz
Raphael Viana - Fred
Suzana Pires – Janaína
Emilio Orciollo Neto – Neca Tenório
Suyane Moreira – Iaru
Maria Joana – Sargento Mourão
Flávia Guedes – Aspásia
Tânia Alves – Pérola
Ângelo Antônio – Geraldo
Thaís Garayp – Terê Tenório
Nando Cunha – Pimpinela
Gésio Amadeu – Cirso
Paula Pereira – Isadora
Bruna Marquezine – Terezinha
Cinara Leal – Safira
Nanda Lisboa – Ametista
Raquel Villar – Esmeralda
Turíbio Ruiz – Ruriá Karuê
Aninha Lima – Lenita
Thiago Oliveira – Tavinho
Yunes Chami – Mamed Mascate
Eduardo Coutinho – Dr. Ricardo
Adíslon Maghá – Eugênio
Cadu Paschoal – Pedro
Laura Barreto – Madalena

Participações Especiais:
Regina Duarte – Antoninha

Edson Celulari – Fernando
Henri Casteli – Rudy
Neuza Borges – Ivete
Juca de Oliveira - Gabriel


Trilha Sonora:

Nacional
Capa: logotipo da novela
Rios de amor - Victor & Léo

Mentes tão bem - Zezé Di Camargo & Luciano
Companheiro - Maria Eugênia
Disparada – Daniel
Tocando em frente – Leonardo e Paula Fernandes
O Amanhã É Distante - Zé Ramalho
Mais que a mim - Ana Carolina & Maria Gadú
Fotos na estante – Skank
Jardins da babilônia – Kid Abelha
O tempo - Móveis Coloniais de Acaju
Puro Êxtase - Barão Vermelho
Simples - Manno Góes
Por enquanto - Cássia Eller
Felicidade - Antônio Villeroy


Sertanejo

Capa: Murilo Rosa

Adrenalina - Luan Santana

Pode Chorar - Jorge & Mateus
Baladeira - Jeann & Julio
Tô Vendendo Beijo - Humberto & Ronaldo
Xique Bacanizado - João Carreiro & Capataz
Futebol, Cervejada e Viola - Luiz Mazza & Luciano
No Ponteio da Viola - Mayck & Lian
Labirinto - César Menotti & Fabiano
Amanheceu, Peguei a Viola - Renato Teixeira & Sérgio Reis
Forrépeando - Roberta Miranda e MV Bill
Louvação Forró – Agarradinho
Catirandê - Tais Guerino


Internacional

Capa: Cléo Pires

I Run to You - Lady Antebellum

I Never Told You - Colbie Caillat
Marry Me – Train
Steal my Kisses - Ben Harper and The Innocent Criminals
Cooler Than Me - Mike Posner
Tonight - Alex Band
My Baby Left Me – Alexxa
Valentino - Diane Birch
Love Me Tender - Elvis Presley com Thalía
Rollerblades - Eliza Doolittle
Happy - Marina Elali
Pray For You - Jaron and The Long Road to Love
This is Me,This is You - Marit Larsen
Blowin' in the Wind – Fiuk
Babies in Your Dreams - Youth Grou

Abertura

Comercial

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