Pelo
menos 3.700 crianças de Guiné, Libéria e Serra Leoa perderam um ou ambos os
pais vítimas do vírus do Ebola, segundo estimativas da Unicef divulgadas nesta
terça-feira. O
organismo disse ainda que o número de órfãos pode duplicar até meados de
outubro.
'Sabemos
que os números que temos são apenas a ponta do iceberg', afirmou Manuel
Fontaine, diretor regional do Unicef para a África Ocidental.
Um
dos principais problemas que os menores enfrentam é o fato de que,
frequentemente, seus parentes os rejeitam por medo de que possam ser
contaminados pela doença, explicou a Unicef.
Diante
desta situação, a Unicef tenta criar unidades infantis para acolher os menores
órfãos, e uma das possibilidades seria que os sobreviventes ao vírus pudessem
assumir as crianças. Serra Leoa organizou um encontro de sobreviventes para
meados de outubro no qual se analisará sua situação, mas principalmente seu
papel na luta contra a epidemia. Os sobreviventes sofrem estigma e
frequentemente não são bem-vindos em suas comunidades.
MC Gui
está cada vez mais parecido com Justin Bieber. Cabelo loiro, roupas largas,
marra de rapper americano, músicas estouradas e sucesso com as meninas. O
paulista, de 16 anos, aliás, não esconde que o astro canadense é uma de suas
referências, mas evita se comparar ao namorado de Selena Gomez. 'Não me
incomodo [com as comparações]. Não vejo tanto essa semelhança física, por
exemplo. Temos o mesmo estilo de roupa, talvez', disse em entrevista exclusiva
aoFamosidades.
O bonitão
aproveitou para desmentir os boatos de que teria agendado um encontro com o
ídolo, assim como negou um suposto romance com a irmã de Neymar. 'Ela é minha
grande amiga. Estou solteiro', garantiu, com um sorriso que tornou sua
declaração pouco convincente. Apesar do pouco tempo de carreira,
Gui já tem planos de levar sua música para fora do País. Uma turnê
internacional já está sendo planejada para o menino. 'Ainda não sei por onde
vou passar. Só sei que vou cantar em português porque não falo outra língua',
adiantou.
Veja a entrevista completa:
FAMOSIDADES
- Apesar do tremendo sucesso, você só agora está lançando o primeiro CD e
DVD de sua carreira. Por que demorou tanto?
Sinceramente,
acho que não demorou, não. Tenho só 16 anos e já estou lançando meu
primeiro álbum em uma grande gravadora. Tem gente que batalha por isso a
vida inteira. Não posso reclamar. Foi tudo muito rápido na minha
vida.
Como
surgiu a ideia de fazer um registro ao vivo na estreia ao invés de gravar
um álbum de estúdio?
Foi ideia
do pessoal da gravadora. Eles perguntaram se eu dava conta. Eu disse que
não sabia. Falei que a gente deveria ensaiar primeiro para ver se dava
certo. Passei três meses vivendo esse projeto e saiu.
Sinceramente, acho que não foi tão bom. Poderia ter feito muito melhor,
mas o pessoal achou ótimo.
Você vai
sair em turnê com esse projeto. Qual sua expectativa?
Eu estou
muito feliz, ansioso e pronto para dar o meu melhor.
Como foi
feita a seleção do repertório?
Sentei
com o pessoal da gravadora, eles perguntaram o que eu gostaria de gravar e
fomos montando em conjunto.
No CD ao
vivo, você canta com vários artistas. Como foi dividir o palco com o
Buchecha, em “Quero te Encontrar”, ainda mais em uma música que
estourou quando você nem era nascido?
Foi
incrível. Escolhi gravar essa música porque eu gosto muito dela e surgiu a
oportunidade de fazer o dueto com o Buchecha. Nós já nos conhecíamos e
ele aceitou me dar essa força.
Você tem
apenas 16 anos. Tem alguém que toma todas as decisões da sua carreira por
você?
Tudo é
decidido em comum acordo com a minha família. São meus pais quem decidem
as coisas comigo.
Como se
prepara para a transição de voz que vai acontecer com você?
Faço um
trabalho com uma fonoaudióloga e estamos cuidando dessas coisas.
Você
começou no funk aos 10 anos. Como você se descobriu funkeiro?
Foi
brincando em casa. Tinha facilidade para fazer rimas, meu pai percebeu e
perguntou se eu gostaria de fazer isso em cima do palco. A partir daí, ele
passou a pedir nos lugares um espaço para eu mostrar meu talento e
uma hora a coisa aconteceu.
Em que
momento você resolveu apostar no funk ostentação?
A gente
viu que estava na moda e aí resolvemos apostar nesse estilo. Depois
resolvemos gravar um vídeo para postar no Youtube e, em menos de uma
semana, deu um milhão de visualizações.
O funk
ostentação faz o seu estilo de vida?
Acho que
todo mundo gosta de coisa boa. Eu canto aquilo que eu vivo e acredito.
Batalhei muito para poder ter certas coisas.
Quais são
suas principais inspirações na música?
Não tenho
ninguém em quem eu me espelhe. Gosto muito das músicas e do estilo do
Chorão do Charlie Brown.
Sua vida
mudou muito nos últimos anos...
Mudou
radicalmente. É tanta coisa que eu não teria nem como enumerar. Não
consigo fazer coisas normais, como ir ao shopping, por exemplo.
Como você
faz para ir à escola? É normal?
No
começo, foi complicado, era um tumulto. Mas as pessoas acabaram se
acostumando. Eu vou às aulas, mas conto com a ajuda de um professor
particular para me ajudar porque às vezes eu preciso faltar.
A
adolescência é uma fase complicada para qualquer pessoa. Como é ser
adolescente famoso, ter seus passos vigiados o tempo todo? Como você lida
com essa pressão de ter que servir de exemplo para o público
infantil, por exemplo?
Antes de
tudo, queria dizer que sou um adolescente normal. A diferença é que sou
famoso e não posso ir à balada ou ficar na rua jogando bola. Mas, dentro
das minhas limitações, eu consigo levar uma vida como qualquer
adolescente.
Se
acostumou com o assédio?
Me
acostumei. No começo, é um pouco mais complicado. Até a gente se adaptar
demora, mas hoje eu lido muito bem com isso.
Rola
ficar com fã?
Não
[Risos]!
Dizem por
aí que você está namorando a Rafaella Santos, a irmã do Neymar. É verdade?
[Risos]
Não, não é verdade. Não estamos namorando. Ela é minha grande amiga. Estou
solteiro [Risos].
Como
surgiu essa aproximação entre vocês?
Eu
conheci o irmão dela primeiro. O Neymar me convidou para ir na casa dele
para um churrasco de despedida dele para o Barcelona. Lá nós nos
conhecemos e ficamos amigos. Aí eu postei uma foto com ela e com a
Bruna Marquezine e logo surgiram essas fofocas.
Outro
boato que circula por aí diz que você cancelou um encontro com ela na
Espanha para encontrar o Justin Bieber.
Esse tipo
de coisa só pode ser considerada verdade se for dita por mim. Eu não disse
em lugar nenhum que ela era minha namorada ou que iria encontrar o
Bieber. Geralmente, fico sabendo dessas coisas através dos meus fãs.
Tudo isso é mentira.
Então,
essa história de que você iria gravar um programa ao lado do Bieber é
boato?
Sim, é
mentira. Eu gostaria de conhecê-lo, mas é tudo boato.
Você é
muito parecido com ele, principalmente agora que ficou loiro. Se incomoda
quando te apontam como o Bieber brasileiro?
Não me
incomodo. Não vejo tanto essa semelhança física, por exemplo. Temos o
mesmo estilo de roupa, talvez.
Você
nasceu no YouTube. O que costuma ver por lá? O que curte?
Vejo
muitos vídeos de música. Entro lá todo dia. Nessa correria, quase não dar
para ver TV. Então, quase tudo que vejo é pelo YouTube. Fico monitorando
minha página também. Olhando os números de acessos.
A Anitta
e o Naldo começaram no funk, mas passaram a flertar muito forte com o pop,
deixando o estilo em segundo plano. Você cogita trocar de estilo daqui
a um tempo?
Na verdade,
eu venho mudando já. Meu som de hoje é bem diferente de quando eu comecei.
Acredito que seja normal essas transformações. Continuo fazendo funk,
mas querendo sempre renovar. Não dá para fazer a mesma coisa sempre.
Se
incomoda com o rótulo de funkeiro?
Nem um
pouco. Tanto que não pretendo mudar meu nome artístico. Sou MC Gui e posso
cantar o que eu quiser com esse nome.
Em breve,
você vai fazer show fora do País. É o começo de uma carreira
internacional?
Estão
sendo agendados shows fora do País. Não sei se é uma turnê e ainda não sei
por onde vou passar. Só sei que vou cantar em português, porque não falo
outra língua.
O
governo da Espanha entrou com um recurso no Tribunal Constitucional, o
principal do país, para tentar impedir que a região da Catalunha, no nordeste
do país, realize um referendo sobre sua independência, informou o
primeiro-ministro Mariano Rajoy.
Segundo
ele, o referendo marcado para o dia 9 de novembro, convocado pelo líder catalão
Artur Mas, representa “um grave ataque aos direitos de todos os espanhóis”, que
sob a Constituição espanhola de 1979 são os únicos que podem votar sobre
questões relacionadas à soberania.
Se
o Tribunal Constitucional acatar os recursos, tanto a lei quanto o referendo
serão automaticamente suspensos enquanto a corte delibera a respeito, processo
que deve levar meses ou até anos.
Pelo
menos 36 pessoas podem ter morrido em consequência da inesperada erupção de um
vulcão japonês que lançou cinzas e pedras sobre pessoas que faziam caminhadas
no fim semana, mas a busca de vítimas foi abandonada nesta segunda-feira por
causa da preocupação das autoridades com os níveis crescentes de gases de
tóxicos.
As
equipes de resgate no pico do Monte Ontake, agora uma paisagem sombria sob uma
espessa camada de cinzas, encontraram nesta segunda-feira cinco pessoas mortas
que teriam sido vítimas da erupção de sábado no segundo maior vulcão ativo do
Japão.
A
erupção do pico de 3.067 metros, 200 quilômetros a oeste de Tóquio, ocorreu
quando o local, uma área popular para caminhadas, estava repleta de pessoas que
subiam a montanha, incluindo crianças, para admirar a folhagem do outono sob um
céu azul brilhante. Dez pessoas já foram confirmadas mortas na primeira erupção
vulcânica fatal do Japão desde 1991, e 63 ficaram feridas, algumas com ossos
quebrados.
Adaptação
livre de Walter George Durst do romance Gabriela, Cravo e Canela (1958),
de Jorge Amado, a história se passa em 1925, quando uma seca devastadora obriga
as populações famintas do Nordeste a emigrar em busca da sobrevivência. Na
novela, o destino é Ilhéus, no sul da Bahia, região em expansão graças ao
plantio e comércio do cacau. Gabriela (Sônia
Braga) é uma das vítimas da seca. Moça de natureza livre e impulsiva, ela
consegue trabalho como cozinheira na casa do "turco" Nacib
(Armando Bógus), com quem vive uma sensual história de amor. Jovem
bonita e cheia de vida, dona de uma sensualidade espontânea, Gabriela logo
passa a ser o principal objeto de desejo dos homens da cidade, além de alvo da
inveja das mulheres. Simples e ingênua, ela encontra dificuldades para
assimilar as regras de comportamento da sociedade de Ilhéus. Nacib, por sua
vez, nasceu na Síria e foi criado no Brasil.
Eloísa Mafalda (Maria Machadão)
Homem de alma leve, que tem riso e
conversa fáceis, é o dono do Bar Vesúvio, por onde transitam várias figuras
pitorescas do local, como o professor Josué (Marco
Nanini), Alfredo Bastos (Hemilcio Fróes), Berto Leal (Mário Gomes), Juca
Viana (Pedro
Paulo Rangel), Ezequiel Prado (Jayme Barcellos), Doutor (Ary
Fontoura), João Fulgêncio (Luís Orione), Tonico Bastos (Fúlvio Stefanini) e
Tuísca (Cosme dos Santos). Por conta do jeito simpático e bonachão, o
"turco" sabe tudo o que se passa na cidade, embora seja conhecido por
ser discreto, confiável e não emitir opiniões comprometedoras. Ama as mulheres
e, até conhecer Gabriela, frequenta, como quase todos os homens de Ilhéus, o
Bataclan, cabaré animado pelas “raparigas” de Maria Machadão (Eloísa Mafalda),
entre as quais está a sua favorita: a bela e atrevida Zarolha (Dina Sfat).
Dina Sfat (Zarolha)
A chegada de Gabriela muda a vida de Nacib. Antes dela, ele contava apenas com
a ajuda de Chico Moleza (Tonico Pereira), seu assistente no bar, e Arminda
(Thelma Reston), que realizava algumas tarefas domésticas. Depois que Gabriela
se torna sua cozinheira, ele se apaixona pela moça e começa a ter um caso com
ela. Mas a natureza sem pudores da moça o deixa enciumado e furioso. Ela se
diverte com as crianças que brincam na rua como se fosse uma delas, e não tem
consciência do efeito que causa nos homens, a quem trata, sem distinção, pelo
pronome “seu”. Quando fica admirada com um rapaz bonito, diz naturalmente: “Que
beleza de moço!”.
Paulo Gracindo e Castro Gonzaga
A
solução encontrada por Nacib é casar-se com Gabriela. Ele tem esperanças de
que, deixando de ser sua empregada, ela passe a se comportar de forma mais
comportada. A moça, porém, não consegue mudar seu jeito de ser. Mesmo após o
casamento, continua a tratar o marido por “Seu Nacib” e a se comportar da mesma
forma livre de antes. Perto do fim da trama, Gabriela acaba caindo na lábia de
Tonico Bastos, padrinho de casamento de Nacib. O turco flagra os dois na cama e
expulsa a mulher de casa. Gabriela encontra abrigo no Bataclan. No final da
novela, Nacib a perdoa. Gabriela aborda
a transformação nos costumes da sociedade patriarcal da Bahia, cujo maior representante,
na trama, é o coronel Ramiro Bastos (Paulo
Gracindo), fazendeiro que domina a região há anos, reelegendo
políticos à custa de eleições fraudadas. Aos 82 anos, ele é um homem seco
e autoritário, que sente que os tempos estão mudando e seu controle sobre a
cidade precisa ser reafirmado.
Nívea Maria
Quem
faz o contraponto à autoridade do coronel é o jovem exportador de cacau
Mundinho Falcão (José
Wilker), pertencente a uma família rica de São Paulo. Idealista e
genuinamente interessado no progresso da cidade, ele se alia à oposição com
vistas à renovação política da região. Uma de suas primeiras propostas é a
construção de um porto para a cidade, o que o leva a entrar em conflito direto
com Ramiro Bastos. A rivalidade é acirrada quando Mundinho se apaixona por
Jerusa (Nívea
Maria), neta do coronel. A
morte do coronel Ramiro Bastos no final da trama deixa uma esperança de mudança
política em Ilhéus. Mundinho Falcão torna-se o nome mais forte do panorama
político local, e é a imagem da renovação. Entretanto, na última cena da
novela, ele aparece todo vestido de branco, sendo saudado pelas baianas que
beijam sua mão em praça pública, um gesto típico de reverência aos coronéis da
região.
Tramas
Paralelas:
José Wilker e Elizabeth Savalla
Malvina
e a mulher brasileira
Outro conflito que marcou Gabriela foi a luta das mulheres para se
libertarem do jugo patriarcal, representada por meio da recusa da personagem
Malvina (Elizabeth
Savalla) a aceitar um casamento arranjado pelos pais. Em nome do amor que
sente pelo professor Josué (Marco
Nanini), um poeta romântico, mais velho e sem dinheiro, Malvina enfrenta o
pai, o coronel Melk Tavares (Gilberto Martinho), e assume atitudes ousadas para
as mulheres da época. A personagem vive ainda um romance com um homem desquitado,
o galante Rômulo Vieira (Marcos
Paulo), e chega a abandonar tudo para fugir com ele, que, apesar do
prometido, não vai ao seu encontro.
Fúlvio Stefanini e Natália do Valle
Produção:
Produzida para comemorar os dez anos da Rede Globo, Gabriela recebeu
tratamento digno de uma superprodução. Os 20 primeiros capítulos de Gabriela foram
gravados com uma câmera fixa. Isso só mudou com a entrada na trama de Mundinho
Falcão (José
Wilker), personagem que simbolizava a modernidade e a mudança, em
contraponto aos padrões arcaicos do coronelismo. Já na primeira cena com
Mundinho, as câmeras ganham mobilidade e acompanham a trajetória do barco que
traz o personagem a Ilhéus.
Censura:
Em
um dos capítulos de Gabriela, o estudante Juca Viana (Pedro
Paulo Rangel) e a jovem Chiquinha (Cidinha Milan), amante do coronel
Coriolano (Rafael de Carvalho), são flagrados na cama. Debaixo de chuva, os
dois são atirados à rua completamente nus, escorraçados pelos jagunços do
coronel e humilhados pela população. A cena foi considerada muito
forte para os padrões da Censura Federal. O diretor Walter
Avancini optou por gravar as tomadas à distância, seguindo a
orientação do script de Walter George Durst, que descrevia o casal como
estando “de fato, aparentemente nu, mas não podendo se ver nada por causa do
plano”.
Curiosidades:
Armando Bógus e Marco Nanini
A
primeira mulher a viver Gabriela na TV foi a atriz Jeanette Vollu, em Gabriela
Cravo e Canela, seriado dirigido por Maurício
Sherman e exibido na TV Tupi, em 1961. Em entrevista a O Globo, em
1975, Sherman conta que a atriz foi escolhida por uma comissão da qual faziam
parte o próprio Jorge Amado e sua mulher, Zélia Gattai. O seriado teve 40
capítulos, de 20 minutos, exibidos sem intervalo comercial, às terças e
quintas-feiras. O elenco contava ainda com o próprio Maurício
Sherman, Paulo
Autran, Glauce Rocha, Grande Otelo, Sueli Franco, Oswaldo Loureiro, Jece
Valadão, Milton Moraes e Oduvaldo Vianna Filho, entre outros.
Segundo Daniel
Filho, Gabriela foi idealizada para dar tempo de produzir a
novela O Rebu, de Braúlio Pedroso. Mas esta foi exibida antes, e Gabriela foi
levada ao ar para comemorar os dez anos da TV Globo. A trama, segundo o
diretor, foi pensada levando-se em conta uma estrutura narrativa calcada em
diferentes episódios.
Daniel
Filho conta que, durante a procura pela mulher ideal para viver
Gabriela, tentou uma escolha inusitada: fez um convite a Gal Costa. A cantora
baiana, entretanto, declinou, alegando não saber representar. Em seguida,
inúmeros testes foram feitos para a personagem; mas o diretor decidiu que o
papel teria de ser de Sônia
Braga desde que viu seu desempenho em Caminhos do Coração – Caso
Especial escrito e dirigido por Domingos
Oliveira em 1971 –, e insistiu com Boni para que ela fosse escolhida.
A atriz acabou consagrada no papel, que voltaria a representar em 1983, no
filme Gabriela, de Bruno Barreto, atuando ao lado do italiano Marcello
Mastroianni, intérprete de Nacib.
Elizabeth Savalla
Elizabeth
Savalla ganhou o papel de Malvina depois de um teste ao lado de Marcelo
Picchi, seu marido na época. Diante de Walter
Avancini e Ziembinski, os dois representaram uma cena da novela Escalada(1975).
Avancini os fez repetir várias vezes a cena, implicando com a pronúncia da
atriz em uma fala na qual tinha que dizer “Veuve Cliquot”, nome do champanhe francês.
Na quarta repetição, depois de ter se esforçado ao máximo para pronunciar
corretamente a palavra, a atriz perdeu a paciência e confrontou o diretor,
dizendo estar mais preocupada em representar direito do que em ter uma aula de
francês. Depois do teste, foi informada de que ganhara o papel. A personagem
era rebelde e contra as convenções, e o diretor a provocara de propósito.
Os
atores tiveram dificuldades para gravar a cena do velório de dona Sinhazinha,
personagem de Maria Fernanda. Participavam da gravação os atores Armando Bógus, Ary
Fontoura e Elizabeth
Savala. A atriz conta que estava dizendo suas falas quando foi interrompida
por um ruído estranho. É que Maria Fernanda dormira e estava roncando. Os três
começaram a rir, mas foram repreendidos pelo diretor Walter
Avancini. Não adiantou. Todas as tentativas de reiniciar a cena terminavam
em risos. O jeito foi parar para o almoço, acordar Maria Fernanda e continuar a
cena depois.
Para
ajudar a trabalhar o sotaque baiano de Malvina, Elizabeth
Savala contou com a ajuda de Lúcia Andrade Rocha, mãe do cineasta
Glauber Rocha.
Sônia Braga
Marco
Nanini, natural de Recife, sugeriu ao diretor Walter
Avancini que seu personagem fosse um pernambucano que foi morar na
Bahia. A sugestão foi aceita e a questão da prosódia e da melodia da fala foi
resolvida.
Nívea
Maria não foi a primeira opção da direção para interpretar a
personagem Jerusa, neta do coronel Ramiro Bastos (Paulo
Gracindo). A atriz conta que, ao ser chamada para fazer o papel, o diretor Walter
Avancini pediu que ela pintasse os cabelos de louro. Ela rejeitou a
ordem mas, ainda assim, ganhou a personagem, par romântico do idealista
Mundinho Falcão (José
Wilker).
Gabriela foi
um dos maiores sucessos da Rede Globo. Além dos altos índices de audiência, a
novela foi escolhida pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como a
melhor produção de 1975. Por conta da ótima repercussão da trama, os atores
participaram de eventos em Ilhéus, sendo recepcionados por multidões de fãs.
A
novela consagrou Sônia
Braga como símbolo sexual.
As
atrizes Elizabeth
Savala e Natália do Vale estrearam em Gabriela.
Hugo Carvana fez
uma participação especial na trama, interpretando um poeta louco.
Stênio
Garcia participou de dois capítulos da novela, vivendo Felismino, um
personagem que era traído pela mulher.
José Wilker como Mundinho Façcão
José
Wilker credita parte do sucesso de Gabriela ao acerto na
escalação do elenco, além da solidez dos personagens. O ator conta que a
cumplicidade entre atores e personagens era tanta que ele até reescrevia
algumas cenas suas, com a anuência do diretor Walter
Avancini.
Gabriela foi
a primeira telenovela a ser vendida para Portugal e abriu as portas de outros
continentes para a compra de novelas brasileiras. Em maio de 1977, quando
a novela estreou no país, a Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) promoveu um show
com Vinicius de Moraes, Toquinho e Maria Creuza. Elizabeth
Savala conta que ela e Fúlvio Stefanini viajaram a Portugal para
promover a produção, e foram recebidos por uma multidão no aeroporto. Todas as
meninas tinham o corte de cabelo de Malvina, enquanto os rapazes portavam
pentes iguais ao usado pelo personagem Tonico Bastos. Assim como Savala, Fúlvio
Stefanini marcou época com seu papel.
A
bengala usada pelo personagem Rômulo Vieira, interpretado por Marcos
Paulo, não era um mero acessório da caracterização. Ela foi incorporada ao
personagem por conta de uma necessidade do ator, que sofrera um grave acidente
de moto em janeiro de 1975.
Gabriela foi
reprisada – em forma de um compacto com 70 capítulos – entre janeiro e maio de
1979, e entre outubro de 1988 e fevereiro de 1989.
Em
junho de 1982, a novela foi reapresentada em 12 capítulos, exibidos às 22h15.
Para isso, foi feita uma reedição dos 135 capítulos originais, sob a direção de
Ubiratan Martins.
Elenco:
Sônia Braga – Gabriela
Armando Bógus – Nacib
Paulo Gracindo – Ramiro Bastos
José Wilker – Mundindo Falcão
Nívea Maria – Gerusa Bastos
Eloisa Mafalda – Maria Machadão
Elizabeth Savalla – Malvina
Fúlvio Stefanini – Tonico Bastos
Ângela Leal – Olga
Dina Sfat - Zarolha
Gilberto Martinho – Melk Tavares
Marco Nanini – Professor Josué
Ary Fontoura – Doutor Pelópidas
Francisco Dantas – Coronel Jesuíno Mendonça
Maria Fernanda – Dona Sinhazinha
Neila Tavares – Anabela
Jayme Barcellos – Doutor Ezequiel
Hermílcio Fróes – Alfredo
Luis Orioni – João Fulgêncio
Ana Ariel – Idalina Tavares
Paulo Gonçalves – Maurício Caíres
Rafael de Carvalho – Coriolano
Mário Gomes – Berto Leal
Castro Gonzaga – Doutor Amâncio Leal
Thelma Reston – Arminda Natália do Valle - Teodora Pedro Paulo Rangel - Juca Viana
Cosme dos Santos – Tuísca
Tonico Pereira – Chico Moleza
Milton Gonçalves – Sete Voltas
Marcos Paulo – Rômulo Vieira
Sônia Oiticica – Sílvia Bastos
Ana Maria Magalhães – Glória
João Paulo Adour – Osmundo Pimentel
Trilha Sonora:
Capa: Sônia Braga
Coração Ateu - Maria
Bethânia
Guitarra Baiana - Moraes Moreira
Alegre Menina – Djavan
Quero Ver Subir, Quero Ver Descer - Wálter Queiróz
O Protetor Baseado na série de
televisão "The Equalizer" dos anos 1980, o filme apresenta Robert
McCall (Denzel Washington), um homem misterioso que costumava trabalhar como
oficial da polícia. Motivado pelas injustiças sociais, ele ajuda vítimas e
qualquer pessoa em perigo. A protegida da vez é Teri (Chloë Grace Moretz),
jovem explorada sexualmente por mafiosos russos.
Sin City: A Dama
Fatal Após a morte de John
Hartigan (Bruce Willis), Nancy Callahan (Jessica Alba) só pensa em vingança.
Ela passa suas noites dançando no mesmo bar, mas agora na companhia de uma
garrafa de bebida, enquanto toma coragem para enfrentar o poderoso Senador
Roark (Powers Boothe). Ao mesmo tempo, Dwight (Josh Brolin) tenta ajudar a
enigmática Ava (Eva Green) apenas para se ver traído mais uma vez por esta dama
fatal. Praticamente destruído, ele buscará a ajuda de Gail (Rosario Dawson) e
sua turma para enfrentar a amada, enquanto que Nancy contará com o apoio do
gigante Marv (Mickey Rourke).
Será Que? Wallace (Daniel
Radcliffe) está sozinho há um ano, após terminar com a namorada depois de vê-la
com outro homem. Encerrado o período de luto pelo fim do relacionamento, ele
acredita que é hora de seguir em frente. Um dia, em uma festa organizada pelo
melhor amigo Allan (Adam Driver), ele conhece Chantry (Zoe Kazan), a prima
dele. Não demora muito para que o papo entre eles flua naturalmente e Wallace
se ofereça para levá-la até em casa. Mas, ao chegar, ele descobre que Chantry
tem um namorado, Ben (Rafe Spall), o que o desanima. Dias depois, Wallace e
Chantry se reencontram por acaso e, após uma rápida conversa, decidem ser
apenas amigos. A partir de então, eles andam juntos por tudo quanto é canto,
apesar de Wallace nutrir um sentimento romântico por ela.
Quando
recebeu a proposta para trabalhar na Globo, ainda nos primeiros meses de 1965,
Cláudio Marzo estava muito atarefado. Aos 25 anos, morava em São Paulo, fazia
parte do Grupo Oficina e encenava uma versão de Toda Donzela Tem um Pai
que é Uma Fera, de Gláucio Gil. Não bastasse, ainda dublava 40 filmes para uma
série americana chamada Mr. Novac. O ator, no entanto, não pensou duas
vezes. Meses após o golpe militar de 1964, e aos primeiros indícios de censura
à atividade artística, tudo que ele queria era se mudar para o Rio de Janeiro e
ter um contrato assinado com uma nova emissora de televisão.
Minha Doce Namorada (1971) com Regina Duarte
E
foi assim que Cláudio Marzo acabou por escrever o seu nome na história da
televisão brasileira, ao fazer parte do primeiro grupo de atores contratados
pela Globo, inaugurada em 26 de abril de 1965. “Por coincidência, a Globo tinha
comprado esses filmes que eu dublava. Então, já contratado, eu continuava em
São Paulo, até terminar as dublagens. Queria ter vindo antes, estava doido para
vir para o Rio”, lembra. Foi por conta desse pequeno atraso que o ator acabou
escalado não para a primeira, mas para a segunda novela da emissora no horário
das 19h, A
Moreninha, de Graça Mello, que contou com apenas 35 capítulos.
Plumas e Paetês (1980) com Elizabeth Savalla
Cláudio
Marzo chegou à Globo com uma boa experiência no ramo. Paulista, nascido em 26
de setembro de 1940, filho de uma família de operários e descendente de
italianos, ele abandonou os estudos aos 17 anos para trabalhar como figurante
na TV Paulista, canal 5, pertencente às Organizações Victor Costa. Depois, foi
contratado pela TV Tupi, onde atuou numa produção sobre Chopin. “Deixei até o
cabelo crescer para viver o músico, ninguém naquela época tinha cabelo
comprido”, pontua. Foi a partir do seu trabalho na TV Tupi que acabou no Teatro
Oficina. “Sempre tive vontade de ser ator, achava uma coisa fantástica. Os
atores me emocionavam. Achava interessante você transmitir emoções e
consciência de mundo para as pessoas. Na época, eu acreditava, ingenuamente
até, que o teatro pudesse modificar o mundo”, recorda.
Pantanal (1990) na TV Manchete
O
ator guarda com carinho as lembranças do tempo em que atuou ao vivo na
televisão. “Era muito emocionante, porque era ao vivo, não tinha a tecnologia
de hoje. As coisas aconteciam na hora. Tinha certo calor de teatro. Você
ensaiava o tempo que fosse necessário, ia lá e entrava em cena, como num palco:
acendia a luzinha da câmera, você estava na casa do espectador. Podia errar,
mas não podia corrigir. Era uma coisa vibrante”, descreve com saudades.
A
produção de novelas, no entanto, era cada vez mais frequente e contava com
novos recursos. Cláudio Marzo participou de várias nesse período, até que, em
1969, atuou ao lado de Regina Duarte em Véu
de Noiva, de Janete Clair. Oitava novela das oito da emissora, com um total
de 204 capítulos, Véu
de Noiva foi a primeira telenovela contemporânea da Globo, uma
resposta à tendência iniciada por Beto Rockfeller, exibida pela TV Tupi.
Foi também a primeira telenovela a ganhar uma trilha sonora original, com
músicas escolhidas por Nelson Motta.
O
par romântico Cláudio Marzo e Regina Duarte caiu no gosto popular. E voltou a
ser escalado em Irmãos
Coragem, de Janete Clair, produzida em 1970. Na trama, o ator viveu um dos
irmãos Coragem, Duda, um craque dos campos de futebol. Foi mais um sucesso de
público. “Eu não queria fazer sucesso em televisão. Eu queria ser ator de
teatro, entende? E achava que, na minha cabeça, na época, fazer sucesso em
televisão era uma coisa que te queimava. Novela, televisão, isso era uma coisa
inferior. Mas eu precisava trabalhar”, confessa.
Fera Ferida (1993)
Carinhoso,
de Lauro César Muniz, lançada em 1973, trouxe de volta Cláudio Marzo e Regina
Duarte. Mas foi na década de 1980 que ele participou de duas produções que
marcariam sua carreira. Em Brilhante,
novela de Gilberto Braga exibida em 1981, interpretou o motorista Carlos, que vivia
um romance com sua patroa, Chica Newman, interpretada por Fernanda Montenegro.
O público torceu pelo casal, a despeito do preconceito que os personagens
enfrentaram na trama. Já na minissérie Quem
Ama Não Mata, de Euclydes Marinho, que foi ao ar em 1982, o ator
contracenou com Marília Pêra, vivendo com ela um casal que entra em discórdia
porque não consegue ter filhos, chegando até a violência. “Essa minissérie teve
uma importância muito grande, porque era o assunto do momento. Eu estava
vivamente interessado naquilo. Usamos cinco, seis câmeras, câmeras altas,
câmeras baixas, câmeras aqui, câmeras ali. Foi uma coisa muito interessante”,
relembra.
Era Uma Vez (1998)
Cláudio
Marzo se afastou da Globo no início de 1988, e só voltou para a emissora em
1993. Antes disso, participou de duas novelas na extinta TV Manchete: Kananga
do Japão, de Wilson Aguiar Filho, em 1989, e Pantanal, de Benedito Ruy
Barbosa, no ano seguinte, um grande sucesso de audiência e que ele destaca como
um dos mais bonitos trabalhos que já fez na televisão.
De
volta à Globo em 1993, atuou em Fera
Ferida, de Walther Negrão, no papel do coveiro Orestes Fronteira. Dois anos
depois, foi convidado para participar do remake de Irmãos
Coragem, dessa vez vivendo o poderoso coronel Pedro Barros, justamente quem
perseguia a família Coragem. Em 2007, na Globo, atuou na novela Desejo
Proibido, de Walther Negrão, e na minissérie Amazônia
– De Galvez a Chico Mendes, de Gloria Perez, no papel de Ramalho Jr,
ex-governador do Acre. O último trabalho na Globo foi no seriado Guerra e
Paz, em 2009. O ator interpretou o capitão Guerra.
Desejo Proibido (2007)
A
carreira de Cláudio Marzo também inclui grandes trabalhos no cinema. Foram nada
menos do que 35 longas-metragens, entre os quais O Homem Nu, dirigido por
Hugo Carvana, com roteiro de Fernando Sabino, em 1990, que lhe rendeu o prêmio
de melhor ator no conceituado Festival de Gramado. “Gosto muito de cinema.
Adoro ver cinema. Acho que gosto mais de ver do que de fazer”, pondera.