quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Unesco denuncia saque arqueológico em escala industrial na Síria


O grupo Estado Islâmico (EI) realiza na Síria um saque arqueológico em escala industrial, denunciou nesta quarta-feira (16) a Unesco. A organização ressalta a necessidade de lutar contra o tráfico de objetos de arte que servem para financiar o jihadismo.

As imagens de satélite e o fluxo de objetos antigos observado nos mercados clandestinos são a prova de um "saque em escala industrial", através de "milhares de escavações arqueológicas ilegais", ressaltou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, em uma coletiva de imprensa em Sofía.

"Limitar o tráfico de objetos de arte é neste momento a prioridade número um", especialmente porque "serve para o financiamento dos extremistas", disse Bokova, convocando os países da UE, em particular, a "consolidar sua legislação para frear" este fenômeno.

Paralelamente às destruições de caráter ideológico dos sítios antigos, o EI trava um importante tráfico de objetos antigos, escavados sem cerimônia neste país que é rico em patrimônio histórico.

Os jihadistas do grupo Estado Islâmico explodiram o templo de Baalshamin em agosto. Dias depois, imagens de satélites da ONU mostraram no dia 1 de setembro a destruição pelos jihadistas do Templo de Bel, tesouro da cidade antiga de Palmira, um "crime intolerável contra a civilização", segundo a Unesco.

A construção do templo teve início no ano 32 d.C e levou mais de um século. Foi conquistado em maio pelo EI, um grupo que já destruiu várias joias arqueológicas no Iraque. Antes da guerra na Síria, milhares de turistas visitavam este templo todos os anos.


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