terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Entrevista: Carolina Dieckmann



Há quem diga que a luta da Camila, em “Laços de Família” contra a leucemia, seja um dos maiores dramas vividos por uma atriz na TV. Para Carolina Dieckmann, que interpretou a mocinha criada por Manoel Carlos, a história da jovem é fichinha perto de tudo que Jéssica está passando em “Salve Jorge”. A permanência de Carolina na novela se tornou uma incógnita. A autora Glória Perez não gosta de falar sobre o assunto e deu margem para a especulação em torno do papel. Há quem aposte que Jéssica irá até o final da trama. A atriz conversou com o site Famosidades  e falou ainda sobre o fato de ser mãe de uma menina, a polêmica cena de estupro de Jéssica e a falta que sente do cabelo de Leona, sua personagem em “Cobras e Lagartos”. Confira!

FAMOSIDADES - “Salve Jorge” é sua primeira novela com Glória Perez. Como tem sido esse encontro?
CAROLINA DIECKMANN - Estou muito feliz por estar fazendo a introdução dessa campanha que eu considero tão importante e tão forte. Todo mundo que está no elenco da novela tem esse desejo de fazer com que a história alerte as pessoas. Para que elas não sejam enganadas.

A Jéssica morrerá?
Acho que sim.

Daqui a pouco você fica a novela inteira...
Acho que a novela toda eu não vou ficar. Como é um universo muito denso, ele não entra um capítulo inteiro. É feito aos pouquinhos. É difícil para quem está em casa assistindo. São cenas fortes. É tudo muito pesado. Eu acho que é uma coisa que ela tem total razão de fazer dessa maneira tranquila para que a ficha das pessoas possa cair aos poucos. Existe uma medida para ela ser introduzida.

Você teve contato com meninas que caíram nesse golpe?
Encontrei meninas que foram traficadas e conseguiram voltar conversei com famílias de meninas que morreram tentando voltar, de meninas que sumiram e nunca mais deram notícias. Eu conheci a mãe de uma menina que recebeu a notícia de que a filha tinha morrido e ela não pode ver o corpo. Tivemos um workshop onde a gente pode ver vários ângulos dessa história.

A Jéssica é seu papel mais dramático desde a Camila de “Laços de Família”?
Não. É mais dramático que a Camila. Bem mais dramático. Porque a Camila, sem ninguém ter culpa, teve uma doença e sobreviveu. Era uma história feliz, que passou por tudo que passou, mas venceu. A Jéssica é vítima de tráfico de pessoas. Vai para o exterior achando que vai trabalhar para juntar dinheiro para comprar uma casa e é mantida em cativeiro, obrigada a se prostituir. É presa. Claro, que a coisa mais importante da vida é saúde. Mas ela é privada de tudo. Tem que transar com mais 20 homens por dia. Não dá para ter noção desse tipo de coisa.

Teve alguma cena mais forte para você do que a emblemática sequência em que a Camila raspa o cabelo?
A cena do estupro foi barra pesada. Eu precisei de 20 minutos para parar de chorar. Eu entrei em uma catarse. Nunca tinha acontecido isso comigo. Nem na cena da Diana [de 'Passione'] que foi uma morte que me emocionou muito. A cena da Camila tinha uma tristeza, mas tinha uma beleza. Todo mundo me abraçou quando o diretor terminou a sequência. A Diana era épico ela morrer para dar à luz o filho. A cena da Jéssica é algo desumano demais.

Você controla o que seu filho mais velho vê na TV?
Essa coisa do controle eu costumo fazer de uma maneira muito cautelosa. Eu não digo o que ele pode ou não fazer. Eu digo que ele deve ou não fazer. Eu fico de olho no que ele está vendo. Eu acho que a atenção é mais eficaz que a proibição. Porque a criança não faz na sua frente, mas vai fazer atrás. Tudo que o Davi quer ver ou fazer em casa, ele pode. Eu digo o que ele não deve fazer e abro o diálogo para que a gente converse sobre o assunto.

Ele assiste suas novelas?
Ele não está tão ligado em novela ainda. O negócio dele é o esporte. Ele acorda de manhã querendo saber se aconteceu alguma coisa diferente no Flamengo. Totalmente fanático.

Você não pensa em ter uma menina?
Não penso. Me perguntaram isso quando a filha da Angélica nasceu e eu fui visita-la. Vontade deu, mas isso passa.

O que você faz para manter esse corpo em forma?
Agora eu não estou fazendo nada. Preciso perder massa muscular por causa da personagem. Essa é a graça da minha carreira. Estar com o corpo à disposição do meu trabalho. Não posso me apegar ao corpo. É igual ao cabelo da Leona [personagem de Cobras e Lagartos]. É o que eu acho mais bonito, o que fica melhor em mim. Mas não posso me apegar ao cabelo da Leona e trazer para a minha vida. Eu sou uma atriz.

Você sofre quando precisa mexer no seu visual?
Na época da Teodora [personagem de 'Fina Estampa'], quando eu estava procurando os músculos, eu fiquei menos satisfeita. Eu não sofria, mas não era aquilo que eu queria para mim. A satisfação veio ao ver a Teodora em cena e ver como aquela pessoa era real. Isso é o que me motiva. Essa alegria é muito maior do que a minha vontade de ter um cabelo assim ou um corpo assado.

Então, você precisou “desmontar” o corpo da Teodora para se transformar em Jéssica?
Claro. Parei de malhar assim que terminei de gravar “Fina Estampa”. Perdi quatro quilos. Prefiro meu corpo assim, sem músculo. A melhor parte foi não ter feito nenhum sacrifício para perder esse peso. Foi bem fácil. Só fiquei deitada, fiquei descansando. Na Teodora, eu estava fora de mim, minhas roupas pessoais ficavam todas arrochadas na coxa, agora estou mais perto da Carolina.

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