Em Gana e em outros países africanos, quando desastres
atingem vilarejos, a busca por explicações acaba levando a bodes expiatórios –
as chamadas bruxas. Mulheres excêntricas ou extrovertidas – muitas vezes idosas
– costumam ser os alvos mais fáceis, e os casos normalmente terminam com a
expulsão da "culpada". Atualmente, existem seis campos de bruxas
espalhados por Gana, com até mil mulheres em cada um deles. Neles, mulheres
exiladas de seus povoados podem viver sem medo de espancamentos, tortura ou até
linchamento. No campo de Kukuo, recém-chegadas primeiro precisam comprar uma
galinha de cores fortes como oferenda ao religioso chefe. Agachado, o velho
sacerdote murmura algumas palavras antes de cortar a garganta da ave. Se ela cair
de costas, é sinal de que a "bruxa" é inocente e está pronta para ser
purificada com água benta. Caso contrário, a "bruxa" precisa beber
uma poção purificadora feita com sangue de galinha, crânio de macacos e terra.
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