domingo, 10 de novembro de 2013

Especial Novelas: A Padroeira (2001)


Deborah Secco e Luigi Baricelli
Fé, amor e aventura formam a base da trama de A Padroeira, novela de Walcyr Carrasco que conta a história do amor impossível de Valentim Coimbra (Luigi Baricelli) e Cecília de Sá (Deborah Secco) na vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, na então capitania de São Paulo e Minas do Ouro, no ano de 1717. A novela tem como pano de fundo a luta dos pescadores da região pelo reconhecimento do culto a Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem foi encontrada por eles no rio Paraíba do Sul. Entre as referências do autor para criar a novela está a obra As Minas de Prata, de José de Alencar.
Maurício Mattar
A história começa com a chegada ao Brasil de Dom Pedro de Almeida Portugal, o Conde de Assumar (Antônio Marques), enviado para assumir a governadoria da capitania. O conde trazia instruções de D. João V, rei de Portugal, para motivar o descobrimento de novas minas de ouro e aumentar os impostos sobre o metal encontrado na colônia. A vila de Guaratinguetá, situada na passagem para Minas Gerais, funcionava como entreposto, o que gerou o estabelecimento de uma elite fidalga na região. Vivia-se no Brasil-Colônia sob a febre do ouro, o poder da Igreja com sua rígida moral cristã, a submissão da mulher – usada muitas vezes como moeda de troca para fortalecer a aliança entre famílias importantes – e a ameaça dos criminosos que usavam a região para se esconder.


Paulo Goulart
No cortejo do Conde de Assumar viaja a jovem Cecília, filha do fidalgo D. Lourenço de Sá (Paulo Goulart), que retorna de um convento em Portugal para se casar com D. Fernão de Avelar (Maurício Mattar), a quem foi prometida por seu pai. O grupo é atacado por um bando de salteadores liderados pelo degredado Molina (Luís Melo), que se encanta com a beleza de Cecília e a rapta. A moça é salva por Valentim, filho de um suposto traidor da Coroa de Portugal e que, por isso, é rejeitado pela sociedade local. Os dois se apaixonam.

Otávio Augusto
Valentim foi criado pelo tio, o poeta Manoel de Cintra (Otávio Augusto), após seu pai ser encarcerado em Lisboa por ter se negado a revelar à metrópole a localização das minas de ouro que encontrara. Para não cair na miséria, o rapaz treinou as artes da guerra e das armas, e sonha encontrar o mapa das minas descobertas pelo pai. Seu único amigo é o fidalgo Diogo Soares Cabral (Murilo Rosa), que também nutre um amor impossível, por Izabel de Avelar (Mariana Ximenes).
No assalto ao cortejo do conde, Molina rouba documentos que podem levar à localização dos mapas das minas deixados pelo pai de Valentim, que estariam escondidos para que, um dia, o próprio Valentim encontrasse as minas. De olho na fortuna, o bandido articula um plano com sua mulher, a espanhola de origem cigana Blanca de Sevilha (Patrícia França), que veio para o Brasil fugida da Inquisição. Ele se infiltra na vila de Guaratinguetá como um padre, e ninguém desconfia de sua verdadeira identidade. Branca, por sua vez, tem como missão conquistar Valentim.
Luis Mello
Apaixonada por seu salvador, Cecília não aceita a imposição do pai, que quer vê-la casada com o rude e prepotente Fernão. O jovem Valentim se sente humilhado pela recusa, e promete que Cecília será sua. Cecília não encontra apoio no irmão, Braz (Fábio Villaverde), pois ele é amigo de Fernão; e sua madrasta, Gertrudes (Bianca Byington), não tem voz ativa na casa. A única que tenta ajudá-la é a irmã Marcelina (Renata Nascimento), menina que, apesar de cega, sabe de tudo o que acontece a sua volta. Após várias armações, porém, Cecília cede à pressão e torna-se esposa de Fernão. Tempos depois, no entanto, o casamento acabaria anulado.
Cecília e Valentim terminam juntos, em um final que quase repete a tragédia dos apaixonados Romeu e Julieta. A heroína da trama chega a ser dada como morta, após beber uma poção para não ter de se casar novamente com Fernão, mas Valentim descobre o ardil a tempo. Após ser ferida para salvar Valentim, Blanca encontra a paz ao dedicar sua vida a Deus, e Molina é morto. Fernão tenta atacar a igreja para onde foi levada a imagem de Nossa Senhora Aparecida, mas as patas de seu cavalo ficam presas nos degraus da escadaria, reproduzindo um dos supostos milagres relatados pelas histórias que envolvem a santa.
Tramas Paralelas:

Mariana Ximenes e Elizabeth Savalla
O humor esteve presente na trama, entre outras histórias, através da dobradinha formada pela beata Imaculada (Elizabeth Savala) e pelo poeta Manoel de Cintra (Otávio Augusto), homem sensível que defende dois moleques escravos, Cosme (Samuel Melo) e Damião (Luís Antônio Nascimento), e gosta de se rebelar contra os fidalgos. Ele se apaixona pela rígida religiosa, mas, no final, convencido de que ela é interesseira, casa-se com Dorotéia, a Dodô (Susana Vieira).

Figurino:
Yoná Magalhães e Suzana Vieira
A equipe de figurino de A Padroeira montou um ateliê com dez costureiras e alfaiates para a confecção de todas as vestimentas da novela, além de contar com bordadeiras e especialistas em couro para fazer cintos, coletes e bolsas, e um sapateiro para cuidar dos calçados. Várias peças do acervo de figurino do Projac foram reformadas para atender à numerosa figuração. Os tons das roupas foram inspirados nas cores do pintor Pieter Bruegel (1525-1569). 

Curiosidades:

Yoná Magalhães e Stênio Garcia
A Padroeira foi baseada em ideia original do diretor Walter Avancini, que se afastou da novela em julho de 2001, por problemas de saúde, e faleceu dois meses depois.
Segundo o autor Walcyr Carrasco, todos os fatos relacionados à imagem da santa mostrados na novela são verídicos, documentados pela igreja católica, embora tenham ocorrido em datas diversas da apresentada na trama. Nossa Senhora Aparecida foi proclamada padroeira do Brasil em 1929, pelo Papa Pio XI.
O escravo Zacarias (Norton Nascimento), de acordo com o autor, é inspirado em personagem histórico. Seus grilhões são exibidos até hoje na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida do Norte.


Murilo Rosa, Mariana Ximenes e Othon Bastos
Com o afastamento de Avancini, o autor Walcyr Carrasco, junto com o novo diretor, Roberto Talma, fez alterações significativas na trama. A história ficou mais leve, adquirindo núcleos cômicos, e o vilão interpretado por Maurício Mattar ganhou mais força. Alguns personagens foram eliminados – como Dom Antônio Cabral, interpretado por Stênio Garcia, que morreu em um duelo para defender o filho –, e novos personagens passaram a fazer parte da história, como os artistas Faustino (Rodrigo Faro) e Dorotéia (Susana Vieira), a jovem Agnes (Ana Paula Tabalipa), Antonieta (Giulia Gam), o juiz Honorato (Taumaturgo Ferreira), o capitão-do-mato Inocêncio (Jandir Ferrari), o padre Gregório (Daniel de Oliveira) e Frei Tomé (Felipe Camargo). A novela também sofreu modificações em seu visual, com a substituição do tom escuro por cenários mais coloridos e iluminados. 


Elenco:
Deborah Secco – Cecília de Sá

Luigi Baricelli – Valentim
Elizabeth Savalla - Imaculada
Maurício Mattar – Dom Fernão de Avelar
Othon Bastos – Padre José Vilela
Patrícia França – Blanca
Suzana Vieira – Dorotéia
Cláudio Correa e Castro – Dom Agostinho de Miranda
Otávio Augusto – Manuel Cintra
Tássia Camargo – Generosa
Yoná Magalhães – Úrsula
Paulo Goulart – Lourenço de Sá
Luis Mello – Zé Molina
Mariana Ximenes - Izabel
Laura Cardoso - Silvana
Stênio Garcia - Dom Antônio Cabral
Giulia Gam – Antonieta
Jussara Freire – Benta
Maria Zilda – Maria Montenegro
Jandir Ferrari – Inocêncio
Taumaturgo Ferreira – Juiz Honorato
Carlos Vereza – João Henrique
Antonio Marques – Conde de Assumar
Norton Nascimento – Zacarias
Cecil Thiré – Capitão Antunes
Bianca Byington – Gertrudes
Rodrigo Faro – Faustino
Betty Faria - Andrea Garcez
José Lewgoy - Marcílio
Lu Grimaldi - Joaquina 
Ernani Moraes – Delegado Pedro Martins
Gracindo Junior – José Macedo
Murilo Rosa – Diogo
Jackson Antunes – Atanásio
Denise Milfont – Mariquinha
Roberto Bomtempo – Aguilar
Felipe Camargo – Frei Tomé
Isabel Fillardis – Clarice
Natália Lage – Ana
Karina Barum – Tiburcina
Daniel de Oliveira – Padre Gregório
Maria Ribeiro – Rosa Maria
Andréa Avancini – Delfina
Fábio Villa Verde – Braz
Gustavo Haddad – Luiz
Ida Gomes – Zuleica
Carlos Gregório – Domingos
Cláudio Gabriel – João Alves
Lucia Veríssimo – Arlete Souza Crus
Fernando Almeida – Gil
Cecília Dassi - Zoé
Paulo Gorgulho – Geraldo Bernardes
Stepan Nercessian – João da Cruz
Floriano Peixoto – Michel Damásio
Nizo Neto – Marco Macedo


Trilha Sonora:
Pra Sempre – Verônica Sabino

Santuário do Coração – London Promenade Orchestra
Sevilla – Gerardo Nunes
A Padroeira – Joana
Adágio da Sinfonia Nº 3 – Sérgio Saraceni
Shosholoza 99 – Ladysmith Black Mambazo
Resistência – Orlando Morais
Fado da Delfina – Henrique Cazes
Imbube - Ladysmith Black Mambazo
Feriado Bacário - London Promenade Orchestra
Sinos Através do Campo - London Promenade Orchestra
Michel – Eversong’s Project
Guardian Angel – Duo Angeli
Sol de Primavera – Kika Tristão

Abertura

Chamada da Novela

Último Capítulo


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