quinta-feira, 28 de abril de 2016

Investigado na máfia da merenda em São Paulo ganha novo cargo


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nomeou como coordenador do Arquivo Público do estado Fernando Padula Novaes, investigado na Operação Alba Branca, que apura esquema de fraudes e superfaturamento na venda de alimentos para a merenda escolar. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do estado no último dia 21 e ele toma posse no cargo na próxima sexta-feira.

Padula foi citado em escutas da investigação. Luiz Roberto dos Santos, ex-chefe da Casa Civil de Alckmin, se referia a ele como "nosso homem". Em fevereiro passado, teve os sigilos fiscal e bancário quebrados pela Justiça a pedido da Procuradoria Geral de Justiça, ao lado de Santos e do deputado Fernando Capez (PSDB), que é presidente da Assembleia Legislativa.

O governo de São Paulo informou, em nota, que Fernando Padula é funcionário de carreira do estado há 17 anos e que a Corregedoria Geral da Administração, na primeira etapa de apurações sobre o envolvimento de servidores em fraudes, não comprovou os fatos atribuídos a ele nas denúncias.

Fernando Padula era chefe de gabinete da Secretaria da Educação quando surgiram as denúncias e foi exonerado do cargo, que ocupava desde 2007.

Em janeiro passado, seis pessoas foram presas no município de Bebedouro, no interior do estado, na Operação Alba Branca. Segundo as investigações, a cooperativa Coaf, surgida num assentamento do município, fornecia para 22 prefeituras e para o governo do estado.


Ex-diretores da cooperativa confirmaram ao Ministério Público que nomes de cooperados eram usados para desviar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que exige que pelo menos 30% dos produtos comprados para a merenda escolar sejam adquiridos da agricultura familiar, em assentamentos de reforma agrária. Alguns assentados descobriram notas fiscais de produtos que nunca chegaram a plantar.

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