A
presidente Dilma Rousseff lembrou nesta segunda, dia 31, os 50 anos do golpe
militar que deu início à ditadura no Brasil, em 1964, e disse que as
atrocidades cometidas no período não podem ser esquecidas, em memória dos
homens e mulheres que foram mortos ou desapareceram enquanto lutavam pela
democracia.
“O
dia de hoje exige que lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos aos que
morreram e desaparecerem, devemos aos torturados e aos perseguidos, devemos às
suas famílias. Devemos a todos os brasileiros”, disse a presidente em discurso
no Palácio do Planalto, durante a assinatura de contrato para construção da
segunda ponte sobre o Rio Guaíba.
“Toda
dor humana pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história. A
dor que nós sofremos, as cicatrizes visíveis e invisíveis que ficaram nesses
anos podem ser suportadas e superadas porque hoje temos uma democracia sólida e
podemos contar nossa história”, disse a presidente, ao citar a filósofa alemã
Hannah Arendt.
Dilma
disse que lembrar e contar o que aconteceu às novas gerações é parte do
processo iniciado pelos brasileiros que lutaram pelas liberdades democráticas,
pela Anistia, pela Constituinte, por eleições diretas e, mais recentemente,
pela criação da Comissão Nacional da Verdade.
Segundo
Dilma, a restauração da democracia brasileira foi um processo construído pelos
governos eleitos após a ditadura e resultado da luta dos que morreram enquanto
enfrentavam “a truculência ilegal” do Estado, com os que trabalharam por pactos
e acordos nacionais, como os que levaram à Constituição de 1988.
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