A Polícia
Federal juntamente com a Receita Federal deflagrou nesta manhã a 30ª fase
da Operação Lava Jato, chamada Operação Vício.
Os
alvos dessa fase são grandes empresas fornecedoras de tubos para a estatal,
incluindo alguns de seus executivos e sócios, um escritório de advocacia
utilizado para o repasse de dinheiro, dois funcionários da Petrobras e
operadores financeiros. A PF aponta que as empresas teriam pago R$ 40
milhões em propinas no Brasil e no exterior.
No
total foram expedidos dois mandados de prisão preventiva, nove mandados de
condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão. Aos investigados
estão sendo atribuídos, dentre outros, crimes de corrupção, organização
criminosa e lavagem de dinheiro.
As
investigações identificaram que uma construtora de fachada foi utilizada para
viabilizar o pagamento de propina em diversos esquemas criminosos investigados
na Operação Lava Jato, mediante a celebração de contratos ideologicamente
falsos. Os fatos foram apontados inicialmente por réus colaboradores, que
também pagaram propina à Diretoria de Serviços da Petrobras por meio da empresa
investigada.
O
aprofundamento das investigações, com o auxílio da Receita Federal, da Polícia
Federal, da Petrobrás e do escritório de investigação autônoma contratado pela
estatal, levou à confirmação de que a propina tinha origem em uma grande
fornecedora de tubos para a Petrobras. Os sócios da construtora de fachada
tiveram sua prisão preventiva decretada pelo Juízo da 13ª Vara Federal de
Curitiba.
Outra
grande fornecedora de tubos para a Petrobrás também é alvo da operação
realizada hoje em razão de fortes suspeitas de que tenham pago propina a
partir de seus contratos na Diretoria de Serviços. Para ocultar os rastros da
propina, a empresa utilizou-se de transferências no exterior para uma offshore
controlada por operador financeiro.
Há
fortes indicativos da participação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e
do ex-diretor de Engenharia da Petrobrás, Renato Duque, nos ilícitos. Ambos
foram recentemente condenados pelo Sérgio Moro a penas de 23 anos e 10
anos de prisão, respectivamente. Renato Duque também já foi condenado em outras
duas ações penais, de modo que a totalização de suas penas hoje soma 50
anos, 11 meses e 10 dias de prisão.
Dois
funcionários da Diretoria de Serviços da Petrobras também são alvos de condução
coercitiva, em razão da existência de indícios de seu envolvimento nos fatos.
Os
contratos já celebrados pela Petrobrás com duas das fornecedoras de tubos que
efetuaram pagamentos de vantagens ilícitas para obter vantagens junto à
Diretoria de Serviços da Estatal totalizam montante superior a R$ 5 bilhões.
Evidências apontam que o pagamento de propinas no interesse desse esquema
criminoso perdurou pelo menos entre os anos de 2009 e 2013, sendo que os
valores espúrios pagos, no Brasil e no exterior, superam a quantia de R$ 40
milhões.
Cerca
de 50 Policiais Federais e 10 servidores da Receita Federal cumprem 28 mandados
de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva e 9 mandados de condução
coercitiva nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.