O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
comunicou nesta segunda-feira (9) ao plenário da Casa que decidiu dar
continuidade à tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff à
revelia do ato do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA),
que anulou a votação do dia 17 de abril. A decisão foi tomada após consultas ao
regimento interno do Senado e conversa com líderes partidários na residência
oficial do Senado.
Após
a leitura, o resumo será publicado no “Diário Oficial do Senado” e começará a
contar o prazo de 48 horas para que o relatório possa ser votado pelos
senadores. A sessão de votação do parecer está prevista para iniciar na manhã
desta quarta-feira (11).
A
votação do impeachment
Como cada senador terá 15 minutos para fazer considerações sobre o relatório, a sessão deverá invadir a madrugada de quinta-feira (12). Se a maioria simples dos senadores presentes (metade mais um) aprovar o relatório da comissão, a presidente será afastada da sua função por 180 dias. Para que a sessão tenha início, é necessária a presença de pelo menos 41 senadores.
Se
a maioria dos senadores decidir pela abertura do julgamento no Senado, o vice
Michel Temer assumirá a presidência enquanto os parlamentares julgam a
presidente. O processo não precisa terminar em 180 dias e, se ultrapassar este
prazo, Dilma reassumiria o governo.
Na
última sexta (6), o parecer do relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG), foi
aprovado com 15 votos a favor e 5 contra. Dos 21 integrantes da comissão,
apenas o presidente, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), não votou. Antes de
autorizar a votação no painel eletrônico, ele explicou que só iria registrar
voto caso ocorresse um empate.
O
parecer de Anastasia diz que a denúncia acolhida pela Câmara contra Dilma
apresenta os requisitos formais exigidos pela lei e pela Constituição: indícios
de autoria e existência de crimes de responsabilidade. O parecer levou em conta
decretos da presidente que abriram créditos suplementares sem autorização do
Congresso e as chamadas "pedaladas fiscais".
"Identificamos
plausibilidade na denúncia, que aponta para a irresponsabilidade do Chefe de
Governo e de Estado na forma como executou a política fiscal", diz o
texto. "Não se trata, por fim, de 'criminalização da política fiscal',
como registrou a denunciada em sua defesa escrita apresentada a esta Comissão,
mas da forma como a política foi executada, mediante o uso irresponsável de
instrumentos orçamentário-financeiros", completa o relatório.
No
parecer de 126 páginas, Anastasia também rebate as críticas da base governista de que o
processo representa um "golpe" e disse que ele está de acordo com a
Constituição.
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