O
grupo jihadista Estado Islâmico (EI) conquistou regiões do norte e do centro do
Iraque e da Síria, onde em junho proclamou um califado. Em resposta, os Estados
Unidos e seus aliados ocidentais articularam uma ofensiva aérea para tentar
conter sua expansão.
A
instabilidade nos dois países facilitou o avanço dos radicais: a Síria é palco
de um conflito armado há mais de três anos, enquanto o Iraque vive uma espiral
de violência e disputas políticas, após a retirada das tropas americanas
do país.
O
ano de 2014 foi marcado pelo crescimento do EI, embora suas origens remetam a
2006, como um grupo vinculado à Al Qaeda contra a ocupação americana, sob o
nome Estado Islâmico do Iraque. Na Síria, ele começou a operar dois anos depois
do início do conflito em 2011 e alterou sua denominação para Estado Islâmico do
Iraque e do Levante. Mais
tarde, declarou a criação de um califado, sistema político-religioso nascido no século 7
que se centra na figura do califa, considerado um sucessor do profeta Maomé. A
rápida expansão pelo território sírio fez com que as maiores facções rebeldes e
a Frente al Nusra, braço da Al Qaeda na Síria e inimiga do EI, declarassem
guerra ao grupo no início do ano para expulsá-lo da região. Enquanto
isso, no Iraque, o EI travava conflitos contra o Exército do país e milicianos
tribais na província de Anbar (oeste), em uma tentativa de aumentar seus domínios.
No
início de junho, o grupo conquistou a segunda maior cidade iraquiana, Mosul
(norte), quando o Exército iraquiano se retirou sem esboçar resistência -- a
chamada "grande derrubada". A
queda de Mosul foi o primeiro passo da instauração do califado dos jihadistas,
em junho, assim como a proclamação do líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi, como o
"califa de todos os muçulmanos". Com
o decorrer dos meses, os extremistas ampliaram seus "domínios" com a
conquista quase total da província síria de Deir ez Zor e a tomada da região
iraquiana de Sinjar. O
avanço dos jihadistas também causou a substituição do premiê iraquiano, o xiita
Nouri al Maliki que, apesar de ter vencido as eleições de abril, foi forçado a
renunciar para dar lugar a um novo governo, liderado pelo também xiita Haidar
Abadi.
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