terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014: Com radicalização e decapitações, Estado Islâmico se expande e causa medo


O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) conquistou regiões do norte e do centro do Iraque e da Síria, onde em junho proclamou um califado. Em resposta, os Estados Unidos e seus aliados ocidentais articularam uma ofensiva aérea para tentar conter sua expansão.

A instabilidade nos dois países facilitou o avanço dos radicais: a Síria é palco de um conflito armado há mais de três anos, enquanto o Iraque vive uma espiral de violência e disputas políticas, após a retirada das tropas americanas do país.
O ano de 2014 foi marcado pelo crescimento do EI, embora suas origens remetam a 2006, como um grupo vinculado à Al Qaeda contra a ocupação americana, sob o nome Estado Islâmico do Iraque. Na Síria, ele começou a operar dois anos depois do início do conflito em 2011 e alterou sua denominação para Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Mais tarde, declarou a criação de um califado, sistema político-religioso nascido no século 7 que se centra na figura do califa, considerado um sucessor do profeta Maomé. A rápida expansão pelo território sírio fez com que as maiores facções rebeldes e a Frente al Nusra, braço da Al Qaeda na Síria e inimiga do EI, declarassem guerra ao grupo no início do ano para expulsá-lo da região. Enquanto isso, no Iraque, o EI travava conflitos contra o Exército do país e milicianos tribais na província de Anbar (oeste), em uma tentativa de aumentar seus domínios.

No início de junho, o grupo conquistou a segunda maior cidade iraquiana, Mosul (norte), quando o Exército iraquiano se retirou sem esboçar resistência -- a chamada "grande derrubada". A queda de Mosul foi o primeiro passo da instauração do califado dos jihadistas, em  junho, assim como a proclamação do líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi, como o "califa de todos os muçulmanos". Com o decorrer dos meses, os extremistas ampliaram seus "domínios" com a conquista quase total da província síria de Deir ez Zor e a tomada da região iraquiana de Sinjar. O avanço dos jihadistas também causou a substituição do premiê iraquiano, o xiita Nouri al Maliki que, apesar de ter vencido as eleições de abril, foi forçado a renunciar para dar lugar a um novo governo, liderado pelo também xiita Haidar Abadi.

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