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Anjo Mau |
Nascido
em São Paulo, no dia 18 de agosto de 1947, e batizado Osmar do Amaral Barbosa,
Osmar Prado é, literalmente, cria da TV. Sua carreira começou quando tinha
apenas 10 anos, na novela David Copperfield, adaptada da obra de Charles Dickens
por Líbero Miguel, na antiga TV Paulista. Começou a manifestar sua tendência
artística ainda mal saído das fraldas: “Eu perguntei à minha mãe, ainda
pequenininho: ‘Como é que se faz para ser artista?’ E de cara, pela resposta
dela, eu estava fadado ao fracasso. Porque o parâmetro da minha mãe sobre o
artista era o Rodolfo Valentino”, brinca. O ator fez parte do elenco
infantojuvenil da emissora por oito anos. Em 1965, teve a sua primeira passagem
pela recém-inaugurada Globo, onde participou da novela Ilusões
Perdidas, de Líbero Miguel; três anos depois, foi contratado pela TV
Excelsior, para atuar em Os Estranhos, de Ivani Ribeiro, ao lado de Stênio
Garcia, Gianfrancesco Guarnieri e Pelé.
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Pedra sobre Pedra |
Assinou seu primeiro contrato com a Globo em 1969, para trabalhar em Verão
Vermelho, de Dias Gomes. “Meu personagem não era muito importante. Mas o
Dias, quando viu a gravação de uma cena que eu fiz com a Maria Cláudia, passou
por mim e disse: ‘Olha, eu gostei muito do seu trabalho e vou desenvolver seu
personagem’. Foi o primeiro aval que eu tive de um autor importante.” Em
seguida, foi escalado para outra novela do autor, Assim
na Terra como no Céu. Engrenou na carreira e, na emissora, atuou em mais de
40 novelas, séries e minisséries.
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Renascer |
Osmar Prado faria mais uma novela de Dias Gomes, Bandeira
2 (1971), no qual viveu o jogador de futebol Mingo – papel para
o qual contou com a assessoria de Mané Garrincha –, até encarar o seu primeiro
protagonista em Bicho
do Mato (1972), Chico de Assis e Renato Correia de Castro. Ambientada
no Mato Grosso, a novela trazia o ator no papel do caipira Juba, que se
apaixona por uma garota da cidade grande, Rute (Débora Duarte). “Resolveram me
lançar como galã rural. Eu me lembro que a manchete da revista Amiga saiu assim:
‘Osmar Prado – o talento vence a altura – É galã’. Mas eu jamais seria um
galã.”
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O Clone |
No ano seguinte, foi escalado para o elenco fixo da primeira versão do seriado A
Grande Família, de Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa. Seu
personagem era o estudante politizado Júnior, o terceiro filho do casal Lineu e
Nenê (na época, vividos por Jorge Dória e Eloísa Mafalda). Na década de 1970,
no período mais duro da ditadura militar, muitas falas do personagem, que não
existe na versão atual, foram censuradas. Houve tantos cortes no texto de um
episódio que ele não foi ao ar: a Globo exibiu em seu lugar a reprise de um
jogo de futebol. “Júnior acreditava em dar mais consciência ao povo, organizar
o povo para resistir”, lembra. Com a morte de Oduvaldo Vianna Filho, em 1975, a produção do seriado foi
interrompida, e o ator voltou às telenovelas. Ainda naquele ano, esteve no
elenco de duas adaptações de obras literárias feitas por Gilberto Braga: Senhora,
de José de Alencar, e Helena,
de Machado de Assis. Em seguida, participou de novelas como Anjo
Mau (1976), Nina (1977), Te
Contei? (1978) e O
Amor É Nosso (1981).
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Sinhá Moça |
Depois de quase 15 anos de contrato com a Globo, deixou temporariamente a
emissora em 1982 para se dedicar mais ao teatro, atuando nas montagens de Barrela,
de Plínio Marcos, e Gente Fina é a Mesma Coisa, de Alan Ayckbourn. Na TV
Cultura de São Paulo, protagonizou a minissérie Seu Quequé, adaptada por
Wilson Rocha do romance de José Condé. No ano seguinte, voltou à Globo para
participar do seriado Mário
Fofoca, ao lado de Luis Gustavo, e da novela Voltei
pra Você, de Benedito Ruy Barbosa. Em 1984 e 1985, participou de duas
minisséries da extinta TV Manchete: Viver a Vida, de Manoel Carlos, e Tudo
em Cima, de Bráulio Pedroso.
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Ciranda de Pedra |
Na Globo em 1986, participou de sua primeira novela das oito, Roda
de Fogo, de Lauro César Muniz, na qual interpretou um de seus personagens
mais carismáticos, Tabaco, um motorista sedutor que mantinha romances com três
mulheres ao mesmo tempo (vividas pelas atrizes Inês Galvão, Carla Daniel e
Cláudia Alencar). “E foi aquele sucesso! Ele gostava do esporte, mas era
apaixonado. Na maioria das vezes, o prazer dele estava na realização do prazer
delas”, conta. No ano seguinte, voltou a trabalhar com Dias Gomes em Mandala,
como o monge budista Gérson Silveira. Em 1992, viveu mais um personagem de
grande repercussão junto ao público: o Sérgio Cabeleira, de Pedra
sobre Pedra, de Aguinaldo Silva, que assustava os habitantes da cidade
de Resplendor em noites de lua cheia.
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Caminho das Índias |
Um dos seus maiores sucessos na televisão foi o Tião Galinha, de Renascer (1993),
de Benedito Ruy Barbosa. O personagem, que era catador de caranguejo e sonhava
ter uma roça, acreditou que poderia criar um diabinho numa garrafa para
realizar seu desejo. O papel rendeu a Osmar Prado o prêmio de Melhor Ator
Coadjuvante da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). “A dor de Tião
era a dor do sem-terra. Era a dor daquele que não tinha um pedacinho de terra
para ter a sua rocinha, para poder dar um pouco de alegria para os filhos”,
recorda. Osmar
Prado deixou a Globo ainda durante as gravações de Renascer
.
Transferiu-se para o SBT, que então reorganizava o seu núcleo de dramaturgia
com a novela Éramos Seis. No teatro, ganhou outro prêmio da APCA por sua
atuação na peça Hitler.
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Cordel Encantado |
O
ator voltou a trabalhar na Globo em 1998. De lá para cá, esteve nas novelas Meu
Bem Querer (1998), de Ricardo Linhares, Esplendor (2000),
de Ana Maria Moretzsohn, O
Clone (2001), de Gloria Perez, e Chocolate
com Pimenta (2003), de Walcyr Carrasco. Também atuou nas minisséries Os
Maias (2001) e Hoje
é Dia de Maria (2005) sob a direção de Luiz Fernando Carvalho. Em
2006, participou do remake da novela Sinhá
Moça, na qual interpretou o desalmado Barão de Araruna.
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Meu Pedacinho de Chão |
Em
2009, integrou o elenco de Caminho
das Índias, de Gloria Perez, primeira novela brasileira a vencer o Prêmio
Emmy, considerado o Oscar da televisão mundial. Na trama, Osmar Prado
interpretou o comerciante Manu Meetha, casado com Kosshi (Nívea Maria) e pai da
protagonista Maya (Juliana Paes). Em
2011, atuou como um delegado, Batoré, na trama de Cordel
do Fogo Encantado, de Thelma Guedes e Duca Rachid. No ano seguinte,
estreou no elenco de Amor
Eterno Amor, de Elizabeth Jhin, no papel de Vírgilio, padrasto de Rodrigo
(Gabriel Braga Nunes). Em 2014 interpretou o Coronel Epaminondas no remake de
Meu Pedacinho de Chão, de Benedito Ruy Barbosa.
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