segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Por Onde Andam: Atores do Chaves


“Foi sem querer querendo”. O famoso bordão de Chaves talvez seja a melhor explicação para o sucesso do seriado mexicano na televisão brasileira. Ele está no ar há 30 anos pelo SBT, já foi responsável pelas melhores audiências da emissora. “Chaves” entrou no ar meio a contragosto de Silvio Santos e outros diretores do SBT, que não gostaram muito da qualidade técnica das imagens. Na época, a emissora buscava novelas de sucesso e programas de entretenimento para preencher a grade da rede e no pacote da Televisa veio o seriado. Para usar os outros produtos, era quase que obrigatório colocar no ar o seriado. O jeito foi escalar “Chavo del Ocho” (nome original) para a atração infantil da época, o programa do palhaço Bozo. Era dia 24 de agosto de 1984 e o episódio escolhido foi o “Caçando Lagartixas”. O seriado mexicano chegou ao horário nobre em 1988 e no início da década de 90 passou a sofrer com as constantes mudanças de horário.

O programa tem mais de 40 anos e muitos se perguntam: Por onde andam os personagens Chaves, Seu Madruga, Bruxa do 71, Quico, Chiquinha, Dona Florinda, Seu Barriga e o Professor Girafales? O Blog do Programa Atualize buscou esta resposta no nosso quadro “Por Onde Andam?”.

Roberto Gómez Bolaños, o Chaves: Com o fim do programa, o ator voltou a trabalhar como produtor e roteirista. Com a peça “11 y 12”, de sua autoria e com a participação de sua mulher, Florinda Mezza, a d. Florinda, ficou em cartaz no teatro durante oito anos. No cinema, foi produtor dos longas “La Ultima Llamada” e “La Primera Noche”. Ele também escreveu três livros: “O Diário de Chaves”, “...E também poemas” e sua biografia “Sem querer querendo: Memórias”. Além disso, são dele as histórias da animação baseada em “Chaves”.


Ramón Valdés, o Seu Madruga: No seriado original, seu personagem se chamava Don Ramón, mas no Brasil, a tradução foi Seu Madruga. Sua carreira teve início na Era de Ouro do Cinema Mexicano, junto com seus irmãos Manuel "El Loco" Valdés e Germán ValdésTin Tán. Seu personagem alcançou o status de ícone da cultura popular em grande parte da América Latina. Ramón foi um veterano no cinema, trabalhou em mais de 50 filmes, nos quais destacam-se "Calabacitas tiernas" (1948), "El rey del barrio" (1949), "Soy Charro de Levita" (1949), "La marca del Zorrillo" (1950), "Fuerte, audaz y valiente" (1960) e "El capitán Mantarraya" (1969). Embora tenha dedicado a maior parte de seu trabalho ao cinema, a carreira de Ramón atingiu seu ápice na TV, com El Chavo del Ocho. As pessoas que conviveram com Ramón Valdés afirmam que ele era, além de muito talentoso, uma pessoa de personalidade forte, mas divertida e atenciosa. Roberto Bolaños chegou a dizer que ele foi o único comediante que já o fez “morrer de rir”. Apesar da fama e reconhecimento também, em 1979, Valdés se retirou dos programas de Chespirito. Há rumores de que isto foi produto de divergências sobre os salários, enquanto outros afirmam que as diferenças pessoais entre colegas de trabalho foram ficando mais fortes. Em uma entrevista, Esteban Valdés, filho do ator, declarou que a saída de seu pai foi porque Florinda Meza ―mulher de Gómez Bolaños― queria o controle total sobre o programa. No início da década de 1980, um tumor maligno foi descoberto em seu estômago, Ramón Valdés era um fumante muito ativo, não largando o vício nem mesmo quando permaneceu internado.  No dia 9 de agosto de 1988, faleceu aos 64 anos de idade, devido a um câncer de estômago que se espalhou pelo corpo e atingiu a sua coluna vertebral.

Carlos Villagrán, o Quico: Carlos deixou o programa em 1978 por causa de desavenças com Bolaños e se estabeleceu na Venezuela, onde podia atuar como Quico sem ter problemas com direitos autorais- Bolaños detém os direitos do personagem no México. No país, continuou a dar vida ao personagem protagonizando os programas “Federrico” e “Las nuevas aventuras de Federrico”. De volta ao México, ele mudou a grafia do nome de seu personagem e estrelou “Ah, que Kiko!” e “El circo de Monsieur Cachetón”. Sem muito sucesso na TV, Carlos criou um circo e rodou a América Latina fazendo esquetes. Em 2010, resolveu aposentar o personagem: “Não voltarei mais a fazer show porque tenho outras coisas e projetos em mente. E planejo me dedicar mais a minha família". 

Maria Antonieta de Las Nieves, a Chiquinha:Depois do fim de “Chaves”, ela continuou fazendo sucesso como Chiquinha no programa “Aqui está la Chilindrina”, que apesar ter tido apenas 20 episódios ficou no ar com reprises durante cinco anos. Ainda na onda do sucesso do programa, Antonieta lançou um filme com Chiquinha como estrela. Em 1995, ela adquiriu os direitos da personagem quando Bolaños esqueceu de renová-los. Por causa disso, os dois iniciaram uma disputa judicial por Chiquinha, que teria sido retomada em 2010. O filho de Bolaños nega, apesar de Antonieta ter declarado que as disputam continuam. Em 2006, depois de atuar na novela infantil “Sonhos e Caramelos”, encerrou as atividades de seu circo, que rodava a América Latina desde 1976. Voltou às novelas em “Amar de Nuevo” em abril de 2011. 

Florinda Meza Garcia, a Dona Florinda: Nascida e criada na cidade de Juchypila, no estado de Zacatecas, México, teve uma infância difícil: Com a separação de seus pais, que não puderam ficar com os filhos por serem muito pobres, teve de ser criada junto com os irmãos pelos avós, mas eles eram pouco cuidadosos e faziam ela e os irmãos sofrerem necessidades e humilhações. Isso desencadeou em Florinda uma personalidade forte e determinada a mudar sua situação de vida. Ao perceber seu grande talento, professores passaram a mandar o nome dela para grandes empresas no ramo artístico e eis que em 1971 ela conhece o empresário e ator Roberto Gómez Bolaños, que lhe fez um inesperado convite: Integrar-se à sua esquipe de atores. No elenco de atores, conheceu Carlos Villagrán e em pouco tempo que entrou para a companhia, passou a namorar com ele, chegando até a noivar. Após alguns anos juntos, se separaram. Após um tempo, em 1977, ela e Bolanõs assumiram que estavam juntos e que iam morar juntos. O relato foi dito numa viagem que fizeram ao Chile com o elenco de atores para participar de mais uma gravação na tv. Dizem que graças à paixão por Florinda, Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán deixaram de se falar e não mantiveram nenhum contato por 20 anos. Como produtora, Florinda Meza produziu na Televisa as novelas: "María de nadie" (1985), "Milagro y Magia" (1991, também atuou), "La Dueña" (1995) e "Alguna Vez tendremos alas"(1997). Também atuou por mais de oito anos consecutivos no sucesso teatral "11 y 12" - mais uma vez ao lado do marido. Hoje em dia ainda é atriz, cantora, diretora e escritora, porém se dedica mais à sua vida com Bolaños, já que agora o casal por ter mais idade se tornou mais reservado.


Angelines Fernández, a Bruxa do 71: A atriz Angelines Fernández nasceu em Madri, na Espanha, chegou a lutar nas guerrilhas contra o ditador Francisco Franco, durante a Guerra Civil Espanhola. Deixando seu passado combatista para trás e fugindo da perseguição na Espanha, Angelines foi para o México em 1947. Em seu novo país, conheceu o mundo do teatro e conheceu Roberto Gómez Bolaños, criador e protagonista de Chaves. Assumindo o papel de Dona Clotilde, ou a famosa Bruxa do 71, se estabeleceu como grande personagem do seriado cômico, além de esquetes no programa Chespirito e também em filmes do cinema mexicano. Poucos sabem, mas Angelines era considerada uma das mulheres mais bonitas do México. Faleceu no dia de 25 de março de 1994, aos 71 anos de idade, que é uma grande coincidência, pois sua personagem era a "Bruxa do 71", vítima de câncer de pulmão. Angelines foi a terceira do elenco do Chaves a morrer, depois de Ramón Valdez, que interpretava o personagem Seu Madruga e Raúl Padilla, que interpretava o personagem Jaiminho, o carteiro. A atriz sofria de depressão. Na década de 1990 fumava 2 maços de cigarro por dia.

Edgar Vivar, o Seu Barriga: O ator foi o único que continuou a carreira atuando em papéis diferentes do vivido no programa que lhe consagrou. Fez quatro novelas, sendo a mais recente “Para volver a amar” em 2010, dublou um curta de animação chamado “El show de vampiro” e fez pequenas participações nos filmes “Bandidas” e “O orfanato”. Em 2008, fez uma cirurgia de redução do estômago e já perdeu mais de 70kg. 

Rubén Aguirre, o Professor Girafales: Com o fim do programa, o ator continuou trabalhando com Maria Antonieta de Las Nieves produzindo a série “Aqui está la Chilindrina”. Continuou como ator trabalhando em novelas até 2004 e se apresenta como Girafales em seu circo até hoje. Depois de sofrer um acidente grave em 2008, alguns jornais mexicanos noticiaram que Rubén estaria falido por causa das despesas médicas, mas o ator desmentiu tudo em entrevista: “Não tenho luxos, mas não estou falido”.

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