terça-feira, 19 de maio de 2015

Brasil assina 35 acordos com a China em visita do premiê Li Keqiang


Representantes dos governos do Brasil e da China assinaram nesta terça-feira (19), durante cerimônia em Brasília, 35 acordos de cooperação em oito áreas que envolvem investimentos de US$ 53 bilhões. A presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, acompanharam o evento, depois de uma reunião entre os dois no Palácio do Planalto. Li Keqiang chegou ao Brasil nesta segunda (18). Ainda nesta terça, ele se encontrará com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na quarta (20) e na quinta (21), Keqiang terá compromissos no Rio de Janeiro.
Entre as áreas que serão beneficiadas com os acordos anunciados nesta terça, estão planejamento estratégico, infraestrutura, transporte, agricultura e energia.

Dos 35 acordos, também haverá cooperação entre os países nas áreas de mineração, ciência e tecnologia e comércio. O Brasil tem a China como principal parceiro comercial. Em 2014, as exportações para o país asiático somaram US$ 40,6 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 37,3 bilhões, resultando em um fluxo comercial de US$ 77,9 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Entre janeiro e abril deste ano, o comércio entre Brasil e China acumulou US$ 21,7 bilhões.

Entre os atos assinados, há um acordo que que prevê cooperação no desenvolvimento de investimentos na área de capacidade produtiva; cooperação na elaboração de estudos de viabilidade do projeto ferroviário transcontinental; e cooperação para financiamento de projetos da Petrobras no valor de R$ 5 bilhões.
Outros acordos preveem também instalação do complexo metalúrgico do Maranhão; financiamento para a compra de 40 aeronaves da Embraer pela China; cooperação na área de tecnologia nuclear; e criação do polo automotivo de Jacareí (SP).

Além desses, outros acordos determinam a oferta de treinamento em tecnologia da informação, na China, a bolsistas do programa Ciência Sem Fronteiras; e financiamento de 14 navios de minério de ferro com capacidade para 400 mil toneladas.

Dos 35 acordos assinados entre Brasil e China, um prevê cooperação entre o governo do Mato Grosso do Sul, o Banco de Desenvolvimento da China e o Grupo China BBCA sobre o processamento de milho e soja. Outros acordos prevem cooperação científica, “relacionamento de longo prazo” entre a Petrobras e a chinesa ICBC.

Na cerimônia, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e o ministro da Administração Geral e Supervisão de Qualidade da China, Zhi Shuping, assinaram também protocolo de requisito de saúde e quarentena sobre a exportação da carne bovina do Brasil ao país asiático.

Na prática, o embargo da China à carne bovina brasileira, vigente desde 2012, caiu. Desta forma, explicou o Ministério da Agricultura, oito plantas de produção de carne bovina brasileiras passarão a exportar carne para o país asiático.


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