Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 448
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 448
Inferno,
a nova aventura do professor Robert Langdon, não difere muito dos outros livros
escritos pelo escritor Dan Brown, seguindo a fórmula, roteirizada de
antemão, que o consagrou como best-seller: estão lá os capítulos curtos,
que fornecem a história em pílulas de novas informações cheias de ação e
reviravoltas, com ganchos que prendem a atenção do leitor até os desfechos finais
– geralmente decepcionante em livros do gênero. Criatividade para formular uma
trama mirabolante e talento para manter a curiosidade do leitor aguçada até o
final são o suficiente para transformar um autor limitado em fenômeno de vendas
e em Inferno, assim como também em O Código Da Vinci, Dan
Brown injeta em sua fórmula uma história bastante interessante. E boas
histórias às vezes podem salvar maus livros.
Acordando
com amnésia em Florença, Itália, Langdon passa o tempo todo fugindo de
assassinos ao lado da misteriosa e inteligentíssima dra. Sienna Brooks. Como
consequência de sua amnésia, Langdon tem pesadelos com rios de sangue, pessoas
mortas e uma mulher de cabelos prateados que lhe diz uma frase enigmática:
“busca e encontraras”. A sua única pista para desvendar o mistério sobre como
foi parar na Itália, quem está o perseguindo e o porquê de sonhos tão incomuns
é um pequeno projetor que mostra a tela de Botticelli Mappa dell’Inferno,
que logo Langdon percebe ter sido adulterado.
Autor, Dan Brown |
Enquanto
isso, uma agência secreta a bordo do navio Mendacium, especializada em ajudar
seus clientes a realizar propósitos escusos, está prestes a revelar para o
mundo os segredos obscuros de um cliente paranoico que colocou toda a
humanidade em perigo e se suicidou. Abordando preocupações reais como o excesso
de pessoas no planeta e a escassez de recursos naturais, Dan Brown utiliza as
questões pessoais de uma personagem que trabalha como alta funcionária da ONU o
tempo inteiro como pista para as intenções do cliente misterioso (em uma rima
narrativa pobre que quase passa despercebida). Ele não se furta de deixar
transparecer que simpatiza com a solução idealizada por seu personagem meio
gênio, meio louco. O que deixa toda a trama fascinante é o seu pano de fundo.
As pistas escondidas nas mensagens nos levam através de Langdon a conhecer mais
sobre Dante e o Inferno, livro primeiro da sua Divina
Comédia - que em muito contribuiu para a noção de inferno adotada até hoje
pela Igreja Católica -, e podemos viajar um pouco através da História contadas
durante um “tour” entre as locações e suas construções e obras de arte em
Florença, Veneza e Istambul. Dan Brown parece empenhado em rebater as críticas
das imprecisões históricas em sues livros, encontrando soluções elegantes para
fazer citações às suas fontes de pesquisa, que inclui até mesmo a Wikipedia – o
que pode demonstrar uma vontade de não trapacear.
No
final das contas Dan Brown permanece escrevendo de forma um tanto conservadora
para o público médio que gosta de ver a redenção dos vilões, o romance entre os
protagonistas, as revelações de que nada é tão mau quanto parece e o bem sempre
triunfa. Dan Brown e sua literatura de entretenimento cumprem bem o seu papel
de divertir em Inferno, um thriller com personagens
carismáticos, bastante ação e uma história que nos leva o tempo todo a querer
descobri-la. Inferno deixa a vontade de tirar correndo o exemplar de A
Divina Comédia da estante.
Fonte: Renata Arruda (OGrito!)
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